ATA DA CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 21-10-2015.
Aos vinte e um dias do mês
de outubro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Bernardino
Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Raul
Fraga, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Rodrigo
Maroni, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante
a Sessão, compareceram Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Dinho
do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Bosco Vaz,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Rubem Berta e Tarciso Flecha Negra. À
MESA, foi encaminhado o Projeto do Legislativo nº 170/15 (Processo nº 1852/15),
de autoria de Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga. Ainda, foram apregoados
os seguintes Memorandos: nº 029/15, de autoria de Mônica Leal, informando, nos
termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, no dia
vinte e três de outubro do corrente, em solenidades alusivas ao Dia do Aviador,
ao Dia da Força Aérea Brasileira e ao transcurso do septuagésimo quarto
aniversário do Quinto Comando Aéreo Regional e de entrega do título honorífico
de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira, em Porto Alegre; nº 030/15, de
autoria de Alberto Kopittke, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo
227 do Regimento, sua participação, nos dias cinco e seis de outubro, em
Audiência Pública do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, em
Porto Alegre; e nº 042/15, de autoria de Séfora Gomes Mota, informando, nos
termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, no dia
vinte e um de outubro do corrente, em palestra do Sexagésimo Quinto Congresso
Estadual da União de Vereadores do Rio Grande do Sul, no auditório do Hotel
Everest, em Porto Alegre. Também, foi apregoado o Ofício nº 1155/15, do Prefeito,
informando que se ausentará do Município das dezessete horas e quarenta e
quatro minutos do dia vinte e um às vinte e duas horas e quarenta e dois
minutos do dia vinte e dois de outubro do corrente, ocasião em que participará
de audiência com a Presidenta da República, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE,
constaram os seguintes Ofícios: nos 244 e 280/15, de Carlos Leonardo
de Araujo Delgado, Gerente da GLICO2/DERES/AF do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social; nos 1028 e 1031/15, de Marcos
Alexandre Almeida, Coordenador de Filial da Caixa Econômica Federal; e nº
478/15, de Neila Becker, Presidenta da Câmara de Vereadores de Estância Velha –
RS. Após, foi apregoado Requerimento de autoria de Mario Manfro, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde no dia vinte de outubro do corrente. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Kevin
Krieger e Jussara Cony, esta duas vezes. Em seguida, nos termos do artigo 94, §
1º, alínea “g”, do Regimento, o Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL a Engº
Comassetto, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo,
nos dias dezenove a vinte e oito de setembro do corrente, na Expo Milano 2015,
em Milão, Itália. Às quinze horas e um minuto, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 025/14 (Processo nº
1633/14), com Veto Parcial, após ser discutido por Sofia Cavedon, Alberto
Kopittke, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Jussara Cony e Engº
Comassetto e encaminhado à votação por Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon,
Fernanda Melchionna, Kevin Krieger, Alberto Kopittke e Elizandro Sabino. Na
ocasião, por solicitação de Delegado Cleiton, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma a Marina Pereira. Após, foi aprovado Requerimento de autoria de Kevin Krieger,
solicitando a votação em destaque do inciso I do artigo 4º e dos artigos 7º e
12 do Projeto de Lei do Executivo nº 025/14, com Veto Parcial. Foram votados
destacadamente e aprovados o inciso I do artigo 4º e os artigos 7º e 12 do
Projeto de Lei do Executivo nº 025/14, por vinte e três votos SIM,
considerando-se rejeitado o Veto Parcial oposto, tendo votado Airto Ferronato,
Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Raul Fraga,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo
Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e
Waldir Canal. Foi rejeitado o Projeto de Lei do Executivo nº 025/14, em sua
parte vetada e não destacada, por onze votos SIM e dezessete votos NÃO,
considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro,
Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e votado Não Carlos Casartelli, Clàudio Janta,
Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela,
Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Kevin Krieger, Mario Manfro, Mendes Ribeiro,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Rodrigo Maroni,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal
formulado por Rodrigo Maroni, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na priorização da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 029/15 (Processo nº 1629/15). Em
Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº
109/15 (Processo nº 1226/15), após ser discutido por Carlos Casartelli,
Fernanda Melchionna, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Clàudio
Janta. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, assinada por Clàudio Janta e
Mauro Pinheiro, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 109/15, e foi aprovado
Requerimento de autoria de Mauro Pinheiro, solicitando que essa Emenda fosse
dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi
apregoado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, deferido pela Presidenta,
solicitando a votação em destaque da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 109/15. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 109/15. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 109/15.
Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 109/15, Mauro Pinheiro
afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento.
Após, foi apregoada a Emenda nº 03, assinada por Clàudio Janta, ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 065/14 (Processo nº 0665/14), e foi aprovado Requerimento
de autoria de Clàudio Janta, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do
envio à apreciação de Comissões Permanentes. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria de Clàudio Janta, deferido pela Presidenta, solicitando
a votação em destaque da Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 065/14. Também, foi aprovado Requerimento de autoria de Clàudio Janta,
solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 065/14. Após, foi apregoada a Emenda nº 04, assinada por
Paulinho Rubem Berta, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 065/14, e foi
aprovado Requerimento de autoria de Paulinho Rubem Berta, solicitando que essa
Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 065/14
(Processo nº 0665/14), o qual, após ser discutido por Marcelo Sgarbossa,
Clàudio Janta, Idenir Cecchim, Nereu D'Avila, Alberto Kopittke, Sofia Cavedon e
João Carlos Nedel, teve sua discussão suspensa em face da inexistência de quórum,
constatada em verificação solicitada por Marcelo Sgarbossa. Na ocasião, foi
apregoado Requerimento de autoria de Alberto Kopittke, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no dia dezenove de outubro do corrente. Também, foi
apregoado o Ofício nº 105/15, de autoria de Mauro Pinheiro, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que Waldir Canal representará
externamente este Legislativo, no dia vinte e dois de outubro do corrente, na
Solenidade de Certificação do Município de Porto Alegre na Rede Global de
Cidades Amigas do Idoso, às dez horas, no Salão Nobre da Federação das
Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Ainda, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 237/15 (Processo nº
2429/15), de autoria da Mesa Diretora. Durante a sessão, Fernanda Melchionna
manifestou-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença,
neste Plenário, de Margarete Moraes. Às dezessete horas e vinte e sete minutos,
o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a sessão
ordinária da próxima
quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Delegado
Cleiton, Mauro Pinheiro e Jussara Cony e secretariados por Paulinho Motorista.
Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro
solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 21 outubro de 2015.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, em primeiro lugar quero
cumprimentar os grupos, artistas, ativistas, coletivos, sindicatos, associações
dos artistas da cidade de Porto Alegre que, mais uma vez, estão aqui na Câmara
de Vereadores para exigir que não haja uma verdadeira retaliação nas emendas
construídas com os grupos dos artistas no Plano Municipal de Cultura.
Infelizmente, nós estamos vendo um processo nefasto de ataques a projetos
culturais com a priorização de uma política de privatização dos espaços
públicos, e de construção de uma lógica perversa da convivência mediada pelo
consumo. Nós estamos vendo há anos uma política de desmonte de conquistas dos
artistas em Porto Alegre como a descentralização, como a questão dos
equipamentos culturais e a privatização do Araújo Vianna, que, na minha época,
aos domingos, já servia como espaço para os jovens grupos apresentarem seus
trabalhos para o povo usufruir a cultura de graça, ou com valores módicos, ou
com quilo de alimento não perecível, e hoje vemos shows custando até R$ 700,00!
Nós estamos usando esse espaço de liderança, porque
a gente sabe que os movimentos estão lutando para que não sejam referendados os
cinco votos que o Governo Fortunati mandou para a Câmara Municipal do Plano
Municipal de Cultura. Por exemplo, o veto que estipula um orçamento mínimo para
que sejam destinados aos equipamentos culturais. Durante muito tempo, o Governo
usava como argumento que não era prioridade para a cidade de Porto Alegre,
desconhecendo a beleza que é o Festival de Arte de Rua; desconhecendo a beleza
que são os músicos da nossa Cidade, quando o povo pára, sim, para usufruir a
sua arte; desconhecendo o que é a cultura produzida nas ruas da nossa Cidade,
mas, mais do que isso: uma tentativa de atacar conquistas, porque, muitas
vezes, a partir da mobilização, nós conseguimos, sim, derrotar esses ataques,
como foi o caso do decreto do artista de rua. O decreto queria atacar
frontalmente uma conquista dos artistas da Cidade, e, em conjunto com a
Comissão de Direitos Humanos e com a Comissão de Cultura da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, nós conseguimos que aquele decreto não fosse
publicado.
Nós conseguimos a aprovação da Lei de Fomento ao
Teatro e à Dança, mas isso está estacionado, Ver. Alex, em termos
orçamentários. Enquanto São Paulo, se não me engano, chega a investir R$ 1
milhão, Porto Alegre segue destinando poucos recursos para fomentar o teatro e
a dança.
Há o Fumproarte, que deveria ser equiparado ao
Funcultura, mas, infelizmente, este Governo burla as leis de Porto Alegre para
não mandar os mesmos valores. Este ano, o Fumproarte deveria ter sido de R$ 6
milhões, conforme discutimos quando debatemos o Orçamento geral para a Cultura.
Então, nós precisamos de um processo amplo de
mobilização para que haja a derrota desses vetos. Nós precisamos da luta com
cada um dos Vereadores e Vereadoras, porque é preciso ter coerência e é preciso
ter a manutenção das construções que foram feitas, a manutenção das emendas a um
Plano que já tinha vindo mutilado naquilo que foi construído pelos artistas
durante suas conferências. As emendas foram uma construção junto com os
artistas, durante a votação do Plano, em julho deste ano. E esta mesma
construção, o Governo, de forma autoritária, antidemocrática, desrespeitosa com
a cidadania, com a democracia e com as construções políticas, vetou. E, na
tarde de hoje, é o primeiro projeto cujo veto será discutido.
Em segundo lugar, também queremos falar do problema
da coerência política da Casa. O povo está cansado dessa lógica da negociata,
do loteamento da máquina pública, mas, também, está cansado da falta de
coerência na política. Se nós aprovamos, por unanimidade, essas emendas ao
Plano Municipal de Cultura, a Câmara tem que derrotar, por unanimidade, os
vetos do Governo Fortunati. É fundamental manter a coerência, que cada um
mantenha o seu voto. Nós, do PSOL, temos lado, Ver. Prof. Alex. Nós vamos
manter a nossa posição; nós não mudamos o nosso discurso nem a nossa posição
política, porque não temos uma posição política de ocasião. A posição política
tem que ser firme, coerente, e, ao mesmo tempo, manter aquilo que já foi
construído.
Quero aproveitar para dizer que, em outro momento,
vamos fazer um pronunciamento sobre a greve dos meus colegas bancários do
Banrisul, que lutam por melhores salários, melhores condições de trabalho, mas
que lutam, sobretudo, contra a privatização do Banrisul, da CEEE, da Corsan,
contra a privatização das nossas estatais e contra a política de ataques do
Governo Sartori. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
prezados artistas, ativistas da cultura, entidades representativas, nós
esperamos, nesta tarde – e o diálogo está acontecendo –, avançar no respeito à
construção coletiva e avançar na prioridade para a cultura em Porto Alegre.
Há, sim, um Plano Municipal de Cultura inconcluso,
que é o que está em debate hoje; é um plano que precisa ainda de objetivos, de
metas quantificadas, construídas coletivamente que impulsionem a cultura. Até
agora o Plano de Cultura foi celebrado por todos nós que o discutimos apenas
porque algumas emendas importantes entraram, e entre essas emendas está a
previsão de que os planos plurianuais, as leis de diretrizes orçamentárias e as
leis de orçamento disporão sobre os recursos a serem destinados ao cumprimento
dos objetivos e das prioridades do Plano Municipal de Cultura. O Plano, como
veio para nós, era um enunciado de conceitos. Ele saiu daqui com compromissos
objetivos de construir metas, metas colocadas no tempo e, principalmente,
construí-las num processo de conferência e construí-las no processo do diálogo,
no fortalecimento e no respeito ao Conselho Municipal de Cultura, que esteve
todo esse tempo sendo questionado, combatido, sem investimento, sem diálogo e
que agora se instalou, e nós queremos que ele se transforme, de fato, numa das
representações fortes e plurais da sociedade no debate da cultura. E não é para
fazer de conta, é para, de fato, estabelecer metas; é para, de fato, ver. E eu
espero que essa emenda que foi vetada pelo Prefeito tenha o veto derrubado e
possamos ver contemplado nos planos plurianuais, no Orçamento, nas diretrizes
orçamentárias o que está escrito, combinado e construído no Plano Municipal de
Cultura.
Para nós é muito importante que o Governo Municipal
entenda que esse Plano é um compromisso, não é simplesmente para cumprir
cartela, para cumprir requisitos que o Governo Federal coloca para Porto Alegre
participar do Sistema Nacional de Cultura. Não pode ser uma peça burocrática
para se desvencilhar de um compromisso e dizer que a Cidade tem. O Plano tem de
ser vivo e repercutir na mudança da condição da cultura em Porto Alegre, seja
na manutenção dos equipamentos que, hoje, todos têm problemas, todos os
equipamentos públicos da cidade de Porto Alegre, mesmo o último inaugurado,
precisa de pessoal, precisa de ar-condicionado, precisa de som decente, precisa
abrir – como o nosso Teatro da República, que está fechado e que não tem,
sequer perspectiva, de ficar pronto o projeto, que dirá os recursos necessários
para reabrir um teatro tão importante. Então, está muito claro que Porto
Alegre, que já foi referência por meio do Fórum Social Mundial, das suas
relações para além das fronteiras brasileiras, na relação com o Uruguai, com a
Argentina, com a França; na área da cultura, era e vinha se tornando uma
referência com o seu Porto Alegre em Cena, com a descentralização da Cultura,
que chegou a ter um impacto importante nessa Cidade. E nós chegamos a ter, sim,
2,5% das receitas correntes da Capital – tem uma polêmica, depois quero entrar
um pouquinho mais no que isso significa. Porto Alegre chegou a essa referência,
Ver. Kevin, deve voltar a recuperar gradativamente o espaço e o investimento na
cultura. Precisa disso, não é mais possível conviver com a precariedade, sem
programa nenhum, com o Fumproarte desmilinguido e com critérios burocráticos
para acessá-lo, como no último edital, um absurdo onde apenas entidades
jurídicas e não pessoas da sociedade civil poderiam acessar. Então, são muitos
os elementos que desafiam Porto Alegre. Nós queremos que esse plano de cultura
seja vivo, seja real; que incremente orçamento, que incremente políticas, tenha
meta, dê um salto de qualidade na cultura da nossa Cidade. Portanto, esta
Câmara assim votou, e nós queremos que mantenha o que votou, o acordo que fez
com as entidades, com os artistas, com a Secretaria de Cultura e com todos os
partidos desta Casa. Um plano no qual nós demos consequência com as emendas,
consistência; terá metas, terá participação, terá controle, terá revisão e terá
orçamento. Esse é o nosso objetivo, e que esta tarde consagre à cultura de
Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, nossas lideranças da cultura que estão aqui
conosco hoje, acompanhando atentamente a derrubada do veto das três emendas.
Como eu falei na segunda-feira nesta tribuna que eu iria conversar e dialogar
com o Governo, peço atenção dos nossos Vereadores da base do Governo. Hoje,
esteve no meu gabinete o Vice-Prefeito Sebastião Melo; a Procuradoria-Geral do
Município e o Secretário Adjunto da Cultura, Vinicius. Nós conversamos sobre
essas três emendas que foram vetadas. Eu procurei também, ao longo desses dois
dias, manter o diálogo com os representantes da cultura. Agora, nós fizemos uma
reunião com a liderança da oposição, Ver.ª Jussara, e com alguns líderes da
cultura, na qual demonstrei que o veto à Emenda nº 01 e à Emenda nº 10 seriam
melhores para a cultura. Também negociamos com o Governo, Ver. Tarciso, que
estava me perguntando sobre a situação. A Emenda nº 04, o Governo deu o.k. que nós podemos derrubá-la que não
tem problema nenhum, pois acredita que o texto já está contemplado, mas que, se
as lideranças da cultura entendem que é importante tê-la no texto, deu o
acordo.
É importante, Ver.ª
Fernanda – eu estava te mostrando essa tabela – hoje a assessoria do Governo,
da Secretaria de Planejamento de Orçamento, nos mostrou que, na receita líquida
do ano que vem, o orçamento da cultura ficará em 2,02%! E a Emenda nº 01 diz que, nos
primeiros cinco anos, 1,5%, ou seja, é importante todos os líderes da cultura
que estão aqui entenderem o quanto foi importante esse veto que tiraria 0,72%
do orçamento da cultura. E eu tenho que ser justo também com a Ver.ª Jussara
Cony que esteve no meu gabinete e, enquanto nós conversávamos, ela me
solicitou, e eu tenho certeza de que ela vai falar aqui, que nós pudéssemos
manter um diálogo aberto com o Governo para ver de que forma nós pudéssemos
ampliar o orçamento da cultura. E eu disse, exatamente, para ela que com isso
eu não podia me comprometer, com o aumento do orçamento, mas que o meu
compromisso poderia ser de nós continuarmos dialogando com o Governo para ver
de que forma nós poderíamos melhorar. Mas foi entendimento que esta Emenda nº
01 não é bom derrubarmos, porque se perde orçamento nos primeiros cinco anos.
Então a orientação do Governo é, sim, Ver. Tarciso, que mantenhamos o veto da
Emenda nº 01 e da Emenda nº 10, que foi uma emenda, Ver. Elizandro Sabino,
construída pelo senhor e não tenho dúvida de que a intenção era ótima, mas, na
correria que nós temos aqui no plenário, ela não foi perfeitamente escrita,
porque a sua intenção era de ampliar para aquelas pessoas que não tem o CEP, só
que ela ficou restrita para as pessoas que não têm o CEP, a aplicação do Plano
Municipal da Cultura. Por isso também a orientação do veto da Emenda nº 01 e da
Emenda nº 04, que nós negociamos com o Vice-Prefeito e, no entendimento dele,
houve acordo para que nós pudéssemos derrubar a Emenda nº 04, o que é
importante para as lideranças da cultura. Então era essa a minha manifestação.
Eu agradeço, Ver. Idenir Cecchim, ao Vice-Prefeito Sebastião Melo que veio até
esta Casa, não precisou irmos até lá, como sempre ele tem feito, ele tem vindo
a esta Casa, negociou com o Governo, negociou também com a oposição, que é
importante, e deu acordo nesse processo para nós derrubarmos uma parte do veto
que contempla, inclusive, a cultura, e, mais importante, demonstrou que o veto
da Emenda nº 01 e da Emenda nº 10 são fundamentais para a qualificação da
Cultura, e sem dúvida, Ver.ª Jussara, continua aberto o diálogo para que
possamos sentar com a Secretaria da Cultura e com a área central do Governo que
demanda o Orçamento para que possamos continuar o nosso diálogo. Quero também
agradecer às lideranças da Cultura, que entenderam e nos deram o tempo
necessário para a gente poder dialogar e demonstrar o quanto é importante o
diálogo. Chegamos num denominador comum que é o melhor para a Cultura. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton; Vereadores e Vereadoras, sem
dúvida nenhuma, na tarde de hoje nós teremos que estar, necessariamente,
voltados para uma política pública estratégica para a Cidade de Porto Alegre,
sob o ponto de vista de relações, de dinâmica, de uma sociedade mais avançada
que é o Plano Municipal de Cultura em Porto Alegre. Por que eu falo não só em
Porto Alegre e extrapolo para o nosso Rio Grande do Sul, para o Brasil, e inclusive
no significado do que a cultura representa ao mundo? Porque de um lado os
trabalhadores culturais, nossos artistas, nossos poetas, nossos literatos,
nossos dançarinos, a cultura de rua, faz parte das relações humanas; de outra
parte nós temos o significado da cultura como um fator, dizia na segunda-feira,
de democracia, de uma sociedade de soberania nacional, porque ela é fruto
também da conformação humana e cultural, no caso do nosso País, que é a mais
encantadora do mundo, nossa maior riqueza. Venho aqui exatamente por fruto das negociações que estão se estabelecendo. O Ver.
Kevin Krieger, Líder do Governo, já fez um relato da relação que o Governo está
fazendo com as todas as entidades do movimento cultural. E hoje pela manhã, no
diálogo que havia entre as entidades e o Ver. Kevin Krieger – nós dois
estávamos na Comcreches –, o movimento achou importante, assim como nós, não só
como líder do PCdoB, mas como oposição, que a oposição tinha que estar também
nesse diálogo. Porque o processo em construção, que pode e deve ser ultimado no
patamar que a Cultura merece, pressupõe a participação de toda a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Na realidade, o diálogo de ontem e de hoje do plano
de Cultura do processo das discussões na Câmara tem que continuar depois da
tarde de hoje. E foi isso que eu pautei ao Ver. Kevin Krieger e aos
companheiros da Cultura, na discussão que fizemos há pouco no gabinete do Ver.
Kevin Krieger, exatamente por essa articulação política com os companheiros da
Cultura. Por que é que tem que continuar? Porque há uma perspectiva de
derrubada da Emenda nº 04 que o próprio líder do Governo encaminhou para a sua
base. Nós da oposição já íamos derrubá-lo; aliás, a nossa ideia é derrubar
todos os vetos.
Em relação à
Emenda nº 01, diz o Ver. Kevin que não é bom derrubar, porque perde. Aqui há
uma discussão que nós estamos aprofundando – eu pedi para a minha assessoria
ver –, entre receita líquida e receita bruta. E vou trazer o exemplo da Saúde
para a gente poder resolver. Porque a Emenda não diz: no mínimo 1,5; ela diz:
1,5 e 3% em dez anos. Bom, se existe receita líquida e bruta, na Emenda da
receita líquida, a bruta é muito mais. Nós estamos com um projeto de lei de
iniciativa popular, com 2,5 milhões de assinaturas, no Congresso Nacional,
solicitando 10% da receita bruta da União – que até hoje não foi decidido –
para o Sistema Único de Saúde. Olhem bem o que aconteceu: o Sr. Eduardo Cunha
engavetou a Emenda Popular com 2,5 milhões de assinaturas, receita bruta,
porque é a receita maior, e botou um projeto de receita líquida e o resto para
completar a bruta; emendas parlamentares, fator de corrupção! Então, na Saúde
existe líquida e existe bruta. Então, nós temos que ter esse cuidado, porque a
alíquota é menor. Nós vamos perder agora, e aí, o que nós temos que garantir
aqui é que a Prefeitura Municipal e sua gestão mantenham o diálogo, e, mais do
que isso, que garantam 1,5% da receita bruta, de acordo com a Emenda da Ver.ª
Sofia, e 3% da receita bruta em 10 anos. A minha preocupação é que nós temos
que resolver isso antes de botar em votação, porque nós não podemos perder. Se
ficar receita líquida... A Cultura já recebe 2% da receita bruta.
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
A SRA. JUSSARA CONY: Não, Vereadora, eu
estou aqui dizendo até onde eu participei das negociações, e estou
exemplificando meu falar, estou falando em termos do PCdoB. Por isso eu estou
dizendo, Vereadora, é exatamente o que eu estou dizendo aqui, que nós temos...
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. JUSSARA CONY: Já estaria
terminando, mas nós não podemos trabalhar com apartes enquanto um Vereador está
aqui fazendo parte da negociação e se pautando pelo movimento. Nós, do PCdoB e
a oposição, estamos nos pautando pelo movimento. O que nós temos que ver é se –
eu pedi para a minha assessoria ver isso – existe, afinal, receita líquida no
Município? Existe a receita líquida e a receita bruta? Porque a Emenda é
correta politicamente, ela é importante. A Emenda da Ver.ª Sofia Cavedon é
estratégica, só que o teor dela de receita líquida, se existe, e como a Cultura
já recebe a receita bruta, o que vai acontecer? Vai perder, a Cultura vai perder.
O que nós temos que estabelecer é um acordo político desta Câmara com o gestor,
junto com o movimento cultural, para que não se perca nada e para que se avance
em dez anos para 3%. Repito, se houver receita bruta e receita líquida dá
bruta, porque ela é maior que a líquida. Ver.ª Sofia, eu subi a esta tribuna
exatamente para fazer a relação com a Saúde, acho que a senhora não ouviu, nós
estamos com a luta do Conselho Nacional de 10% da receita bruta para a Saúde. E
o Eduardo Cunha, repito, engavetou e botou 10% da receita líquida num projeto
dele e o resto em Emenda Parlamentar; é fator de corrupção, é toma-lá-dá-cá.
Nós temos que terminar com a Emenda Parlamentar. Parlamentar não tem que
distribuir dinheiro público. Dinheiro público tem que ser colocado em políticas
públicas pelos governos eleitos, pelas gestões, pelos Executivos e com muita
pressão popular, senão também nós não temos o aporte de recursos correto para
as várias políticas públicas, entre as quais, a da cultura. Essas coisas têm
que ficar claras, têm que ficar claras. Nós, da oposição, temos claro que
devemos rejeitar as emendas, mas há uma negociação em curso. É isso que eu
quero dizer. Eu estava na Mesa. Não sei os rumos da negociação. E a primeira
coisa que todos nós temos que saber para não errar, para não errar mais é se
existe receita líquida e se existe receita bruta no Município. Eu insisto
nisso, porque, se existem, derrubando essa emenda, ou não derrubando, nós
podemos, a depender dos rumos de líquida e bruta, perder dinheiro, neste
momento, na cultura. E isso não significa que a luta não tem que continuar; o
diálogo, Ver. Kevin Krieger, tem que ficar aberto com o Governo, conforme nós
propusemos e V. Exa. relatou aqui. Tem que ficar aberto, porque, se agora nós
tivermos uma flexão tática, digamos assim, em relação a essa questão, precisa
garantir a receita bruta, em 10 anos, de 3%, e a receita bruta de 1,5%. É disso
que nós estamos falando.
Às vezes, no afã de
melhorar, a gente não presta muita atenção no texto que se escreve, e isso é
humano, isso não é erro, mas é a busca de melhora de projetos. Ainda mais
quando ele é oriundo, como o da cultura, de uma grande mobilização, de um plano
construído exatamente por aqueles que fazem cultura na cidade de Porto Alegre.
Então, é essa a preocupação que nós temos, e eu acho que nós temos que resolver
urgentemente, e aí talvez seja com os órgãos de finanças do Município. Afinal,
é líquida ou é bruta? Afinal, quanto perdemos, se hoje aplica a receita bruta,
e nós aprovamos uma receita líquida? A líquida sempre é menor. Eu exemplifiquei
com a saúde, porque a gente tem experiência nisso e estamos perdendo muito. E
na política que o Congresso Nacional hoje está fazendo, ocorrem esses arremedos
feitos de engavetar um projeto oriundo do movimento social e botar outro
oriundo do Presidente da Câmara, para tirar dinheiro e botar para as emendas
Parlamentares – aqui, isso não ocorre, mas isso é uma vergonha nacional! Então,
é esse cuidado que nós temos que ter em respeito à luta dos atores culturais,
dos agentes culturais da cidade de Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do
Sul.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Presidente.
Vou falar da última e primeira representação que fiz este ano junto com o Ver.
Cassio Trogildo, quando fomos à Expo Milão. Como amanhã é o último dia para
prestar contas, eu preciso hoje trazer aqui as informações, o motivo que nos
levou, autorizados por esta Casa, a representar Porto Alegre na Expo Milão. Foi
todo o debate que fizemos a respeito do projeto sobre Zona Rural e proteção
ambiental da cidade de Porto Alegre. O tema da Expo Milão este ano foi a
alimentação saudável e a sua produção, ou seja, o processo de resgate da
essência da natureza e da manutenção da qualidade de vida através da
alimentação.
Durante os dias que
lá estivemos – de 24 de setembro a 02 de outubro –, representando a Câmara,
fizemos todo um debate e um conjunto de interlocuções.
(Procede-se à
apresentação em PowerPoint.)
O SR. ENGº COMASSETTO: O tema é nutrir o
planeta de forma sustentável, justa e saudável. E a grande discussão em Porto
Alegre é sobre a finalidade da nossa Zona Sul, da área de produção primária, e
qual o tipo de produção. Eu voltei de lá convencido de que o nosso Plano
Diretor, mesmo sem a votação daquela emenda da Zona Rural, está correto, porque
nós já tratamos, há muito tempo, que tudo em Porto Alegre, tem que
estar integrado: o rural, o urbano e o ambiental. O que temos que fazer
funcionar é o planejamento. Lá havia em torno de 80 países expondo; o Brasil
estava com o seu pavilhão coordenado pela Apex, onde fizemos um conjunto de
reuniões. O Ver. Cassio Trogildo e eu estávamos com a comitiva que saiu de Porto
Alegre com os conselheiros da nossa Região Sul, bem como representantes de
algumas organizações não governamentais. Nós nos reunimos na sede da Apex, onde
também tinha acento a FAO com a comunidade europeia para falarmos sobre Porto
Alegre. Reunimo-nos com o público da Itália, de regiões distintas como
Emília-Romanha, Vêneto e outras regiões; com a comunidade do Reino Unido; com a
comunidade da própria Itália e com as representações brasileiras que lá
estavam, e inclusive a FAO. Tudo
isso com o objetivo de trazer a Porto Alegre o debate e o entendimento da
produção de alimentos para qualificá-la cada vez mais.
E aqui eu apresento algumas fotos de regiões da
Itália que visitamos, em que havia representações de comunidades de
agricultores, de produtores, os quais nos demonstraram a produção. Ali é o
Parque Agrícola Ticinello que fica dentro do perímetro urbano de Milão, onde
tem 660 hectares, em que a comunidade trabalha de forma integrada e tem toda
uma política de proteção. Percebemos que a nossa política é mais avançada que a
política de Milão, pois eles não têm nenhum incentivo tributário; os
agricultores de Porto Alegre têm cem por cento de isenção do IPTU e da Taxa de
Lixo, comprovando que tem uma produção.
Então, nestes poucos minutos, Sr. Presidente, estou
prestando contas aqui regimentalmente; e que fique nos anais da nossa Casa para
que todos possam saber. Eu volto convencido de que a proposta que fizemos aqui,
nesta Casa, e que iremos manter para Porto Alegre se constituir como primeiro
território das cidades brasileiras livre de agrotóxicos; continuaremos esse
debate. Vou trazer essa proposta aqui para aprovarmos, já que naquela emenda
que fizemos faltou um voto. Nós estaremos em conjunto com os colegas
reapresentando esse debate aqui, na Câmara de Porto Alegre. Um grande abraço,
muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 15h01min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1633/14 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/14, que institui o Plano Municipal de
Cultura (PMC).
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia:
17-10-15 (sábado).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
(Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº
025/14, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, acho que hoje nós
fomos tomados aqui por uma discussão que é artificial, ou melhor, em que se
tenta usar um artifício para dizer que quando nós escrevemos coletivamente –
todos os Vereadores votaram por unanimidade –, que nós chegaríamos, em cinco
anos – em cinco anos, Vereadores, não é amanhã, não é no ano que vem! –, a 1,5%
da Receita – e está escrito “líquida” –, o Governo vem aqui e diz: “Olha,
líquida nós já gastamos 2%, porque vejam, tiram as vinculações e tira o
pessoal.” Ora, pessoal, nós também chamamos os nossos economistas para nos
explicarem. Receita líquida não é – a não ser que seja um novo conceito
formulado pelo Governo Municipal – vinculada, retirar o Fundo, o Fundeb, que
são 200 e poucos milhões e tirar o gasto com o pessoal. Olha, gente tirando o
gasto com pessoal, o custeio que tu tens é a parte de investimento. Isso é
outro cálculo. Receita é Receita! Pela nossa conta, do Orçamento que chegou na
Casa, R$ 51 milhões para Cultura em 2016, arredondando, é 1% da Receita líquida
do Município – considerando Receita líquida o que, de fato, é Receita líquida,
que não é reduzir pessoal e o que sobrar colocar percentual.
De fato, a nossa emenda, se não é perfeita, avança.
É uma emenda coletiva, é uma assinatura, mas nós construímos, com muitos anos
de debate, na tentativa de evoluir nos recursos. Na época em que a Ver.ª
Margarete era Secretária de Cultura e o Prefeito era o Raul Pont, nós chegamos
a 2,7% da Receita líquida do Município em Cultura. Portanto, é possível. Não
houve problemas em outras áreas, não houve colapso, foi possível, sim, investir
em cultura. Nós respeitamos muito o esforço que o Líder do Governo, Ver. Kevin,
faz, nós não vamos aceitar uma artificialidade para dizer que esta emenda reduz
orçamento; ela incrementa orçamento e fala que, em dez anos – dez anos –, nós
vamos chegar a 3%. Isso, para nós, não é uma vinculação; é uma meta importante,
porque o que estamos fazendo é um plano. Nós não estamos fazendo uma emenda à
Lei Orgânica, não estamos fazendo isso. Este é um plano. Plano! Então, chamo
atenção daquele que diz que é inconstitucional: plano significa ter metas, ter
objetivos, planificar, para andar, para realizar. Portanto, não há
inconstitucionalidade e não há esse cálculo artificial, eu queria que os
artistas não tivessem dúvidas. Nós, Vereadores e Vereadoras, Governo – o
Secretário Cáurio está aqui – construímos juntos, o Ver. Pujol, que está em
Licença Médica, construiu junto. Este acordo foi votado, e todos sabíamos o que
estávamos escrevendo. Então, nós queremos evoluir. Achamos importantes, Ver.
Kevin, as três emendas que o Governo está liderando para derrubar o Veto, ou seja,
está construindo, uma emenda e três artigos, sobre o art. 4º. Esses artigos
comprometem, de fato, a democratização do plano, o monitoramento do plano, a
realização do plano pelo Governo Municipal na sua parte e pelos atores sociais
na parte que lhes cabe. Agora, nós queremos completar a ação, completar a
consecução do sentido do plano, que é colocar metas orçamentária também.
Porque, se a gente não derrubar este veto, não haverá meta orçamentária, e, sem
orçamento, não teremos realização de plano. Esta é a questão! (Palmas.) A
Cultura está cansada de fazer cultura com nada. Com nada! Com chapéu! E passa o
chapéu, e passa o chapéu! Vamos dar consequência ao plano. Um plano tem metas
de políticas públicas, tem meta de pessoas a serem atingidas, de regiões a
serem atingidas e tem que ter meta de orçamento, porque, se não tem meta de
orçamento, não é plano...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir o PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde a todas e a todos, a todos os ativistas
culturais da nossa Cidade que estão aqui. Eu não poderia deixar de subir aqui,
Ver.ª Sofia, que está coordenando esta temática na nossa Bancada, porque aqui
está, na minha opinião, um dos debates onde mais claro ficam as diferentes
concepções de Cidade. E digo isso de forma absolutamente respeitosa, não acho
que aqueles que pensam diferente estão cometendo algum crime, mas uma diferença
concreta. Se nós investimos em asfalto, em pontes, viadutos, ou se nós
investimos em cultura, na relação das pessoas. Ontem, nós fizemos uma audiência
pública na Comissão de Direitos Humanos para discutir os abrigos das crianças e
adolescentes. E lá ficou muito claro como a nossa Cidade está perdendo as
relações nas comunidades de quase todas as classes sociais, mas principalmente
na periferia, como está se degradando a sociabilidade das pessoas na nossa
Cidade. Isso nós vemos nos indicadores de violência, este será o ano da
história de Porto Alegre que mais jovens vão perder a vida vítimas de
homicídio. Alguns acham que a resposta para isso é superlotar cada vez mais os
presídios. Nós achamos que a resposta para isto é investir na cultura, que a
resposta para se superar a violência, para se criar novamente coesão social, é
investir como uma prioridade na cultura. E a Cidade sabe disso, porque nós já
tivemos tempo em que se investia 2,5% do orçamento, sem pessoal – foi o que me
disse a nossa querida ex-Vereadora e atual representante do Dep. Miki,
Margarete Moraes. Já se investiu 2,7% naqueles tempos em que Porto Alegre era a
Capital da democracia e da cultura. E hoje se investe menos de 1%, por isso que
tem que ficar fazendo o malabarismo com número para tentar dizer que investe o
que não investe, e todo mundo sabe que não investe.
O que a atual Administração tenta fazer é botar horário para artista poder
fazer a manifestação de rua, regrar, dizer em que volume pode cantar, onde pode
cantar, quem pode cantar, quanto tem que pagar. Vai tirando a feira de
artesanato, vai tirando artista de rua, e esta é a Cidade que se constrói! Acho
que é um tema fundamental para ser discutido, sobre projeto de cidade.
Repito este tema:
este ano, muito se tem discutido violência, e alguns vêm aqui e bradam que tem
que prender mais. Agora, já estão lotando até o Palácio da Polícia Civil com
presos. Até isso o Governo Federal está fazendo! Superlota o Central, superlota
a FASE, superlota os abrigos das crianças e dos adolescentes, que são as
vítimas desse processo, mas não investe em cultura, que seria muito mais barato
e mais eficiente para, realmente, criar uma cidade sem violência! Mas o
discurso do populismo é mais fácil, não é? Encher cadeia, pedir que sejam
presas mais pessoas, mais jovens; que se reduza a maioridade... Nós achamos que
não! Nós acreditamos na Cidade da cultura; acreditamos que a cultura é o
verdadeiro caminho para uma Cidade com mais humanismo, com menos violência e
com mais desenvolvimento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 025/14, com Veto
Parcial.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Quando eu
estava discutindo com os artistas, Presidente, essa manobra contábil que foi
apresentada, na tarde de hoje, para confundir os artistas e a Câmara de
Vereadores, o meu amigo e companheiro Hamilton Leite me trouxe uma frase que
não é de nenhum artista, tampouco de um integrante do PSOL ou de alguém de
oposição ao Governo Fortunati. O próprio Fortunati disse, num seminário, que
nenhuma Capital investe mais de 1% do orçamento na
cultura. Um dado lamentável, em tempos que lutamos pela superlotação da
cultura, da educação, da assistência social, superlotações de profissionais
para atender na saúde pública e não uma lógica ao contrário, perversa, de
criminalização da pobreza, por um lado, de perseguição aos movimentos sociais,
uma lógica de privatização dos espaços públicos e um modelo de cidade voltado
para os interesses da especulação imobiliária e das empresas do transporte
coletivo.
Nós fomos estudar,
porque levamos muito a sério os argumentos que nos trazem. Em primeiro lugar, a
questão dos 2%, Ver. Kevin, Vereadores do Governo, Secretários que estão aqui
conosco. Pelo orçamento apresentado pelo próprio Governo, a receita corrente
líquida é R$ 5,542 bilhões para o ano que vem. Não precisa ser muito eficiente
na matemática para saber que 1,5% de R$ 5 bilhões são R$ 75 milhões. Não precisa
ser muito experto para saber que 0,2% de R$ 5 bilhões são R$ 100 milhões. Para
o ano que vem estão previstos R$ 50 milhões. Então não vamos fazer manobra
contábil para justificar uma decisão política. O Governo não é obrigado a cada
ano aumentar apenas 0,5% do orçamento. Eu peguei o orçamento de 2014 e de 2015
e os percentuais que são aplicados, dados orçamentários, não meus e nem do Ver.
Prof. Alex, é 0,96% em 2014; 0,98% em 2015, e a previsão para 2016 é 0,76%! Os
orçamentos estão reduzindo! Está aqui a planilha. Não é invenção da Bancada do
PSOL! São documentos, porque não dá para fazer manobra e dizer que receita
corrente líquida excetua a folha de pagamento, porque não excetua! No próprio
documento entregue pelo Governo para a sua base está claro que só retira os
repasses da União. E, mesmo assim, 1,5% significaria R$ 25 milhões a mais para a cultura no ano de 2016. Então, não “vendam gato por
lebre”, porque nós também temos economistas, nós também sabemos analisar as
contas apresentadas pelo Governo.
E acho que temos que
ter muito cuidado com a democracia de ocasião, Marcelo, meu amigo querido,
lutador e ativista, porque, quando é para dizer que se ouve a Cidade, o Governo
diz que o Orçamento Participativo é bastante importante, muito embora eles
digam que apenas 6% do orçamento é discutido pelo OP. Eu acho que temos que
ampliar as discussões que são feitas com a Cidade, de um modo geral, com o OP,
com audiências públicas. Mas nós não estamos falando o que achamos; é o
discurso do Governo.
A partir da
mobilização dos Conselheiros, de vários ativistas, este ano Porto Alegre votou
como terceira prioridade a Cultura. Se fosse a terceira prioridade no
orçamento, o valor seria muito mais do que R$ 200 milhões para a Cultura. É um
orçamento de R$ 5 bilhões. Então, vamos ser coerentes. Chega da democracia de
ocasião! Chega de usar a democracia quando interessa para o Governo! O OP foi
claro priorizando a Cultura; os artistas foram claros priorizando a Cultura no
Plano!
Reitero o que disse antes: a Câmara votou um Plano Municipal que não foi aquele construído nas audiências. Não foi culpa da Câmara, o Governo retalhou o resultado das conferências que os artistas fizeram na cidade de Porto Alegre, mandou um Plano Municipal em que muito foi alterado da síntese da democracia popular, participativa, construída com a comunidade artística, que conhece os equipamentos, que luta para manter a arte no São Pedro, que luta para manter a arte de rua, que luta pela Lei do Fomento, que luta pelo Fumproarte, que luta pela leitura. E esta mesma comunidade construiu, com a Câmara de Vereadores, um conjunto de emendas para salvar o Plano Municipal de Cultura. Estas emendas foram aprovadas por unanimidade. É importante ser coerente na política. Se se votou por unanimidade, em julho deste ano, pelo 1,5%, no mínimo, e, em 10 anos, 3%, que mantenhamos a coerência. Não vamos fazer um Plano Municipal de fachada, vamos construir um Plano Municipal de Cultura de verdade, com recursos e com democracia. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. DELEGADO CLEITON (Requerimento): Sr.
Presidente, requeiro um minuto de silêncio pelo falecimento da mãe do Delegado
Ben-Hur, que foi Secretário de Segurança em Canoas, foi delegado aqui em Porto
Alegre em várias delegacias, a Sra. Marina Pereira.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. Por enquanto apenas Vereadores do Partido
dos Trabalhadores e do PSOL vieram à tribuna, o PCdoB também fará o mesmo,
falando, na verdade, aguardando pronunciamentos do representante da base do
Governo. Porque, vejam: nós aprovamos o que estamos agora aqui analisando, o
Veto, com a concordância da base do Governo. É até difícil de entender como
conseguimos aprovar com a concordância do Governo e depois o próprio Governo
veta. Agora – espero que estejam sensibilizados – vamos tentar derrubar o Veto
do Prefeito, como esta Casa já fez em outras oportunidades.
Razoes do Veto – infelizmente acaba perdendo a
credibilidade aquilo que está aqui escrito e assinado pelo Prefeito. Eu me
lembro de um projeto, que aprovamos nesta Casa, que simplesmente implantava a
obrigatoriedade de a Guarda Municipal ter a identificação no uniforme, de forma
não removível. Aprovamos com o apoio do Governo, foi vetado, Ver. Prof. Alex
Fraga, e a razão do Veto era de que isso geraria custos para o Executivo. Eu
fico pensando qual é o custo de uma etiqueta. Porque se nós entendemos que
custo é uma etiqueta bordada no uniforme dos guardas municipais, aí vamos
entender que qualquer motivo serve para vetar.
Aqui eu não vou repetir, mas a questão toda dessa
manobra orçamentária, ou seja, retira-se a folha de pagamento para se fazer o
cálculo percentual, portanto reduz o quanto de valor se aplica na cultura. Há
uma máxima na área contábil que diz que a contabilidade é você torturar os
números até eles confessarem. Acho que, com essa manobra, se percebe que o
número frio foi possível de se manipular, e é quase que um deboche, ou seja, um
movimento e uma cidade que militam tanto por mais recursos e se sobe aqui para
dizer que já tem mais recursos do que aquilo que essa militância prega. Então
uma das razões do Veto, fiz questão de ler, é o velho, eu diria assim, e sempre
usado argumento de que nós estamos aqui interferindo na esfera do Executivo.
Esse é um argumento-chave, é um conceito aberto, então nós estamos aqui – o
Poder Legislativo – interferindo.
E eu quero lembrar que o Plano Municipal de
Cultura, a lei aprovada aqui, teve participação do Governo e o Governo poderia
não vetá-lo, portanto o tornaria válido. Então essa ideia de interferência de
competência fica totalmente afastada. Mas isso não é novo, e eu acho que a
Ver.ª Fernanda trouxe a política que vem sendo desenvolvida no Município em
relação à Cultura. A todo o momento surgem minutas no gabinete do Vice-Prefeito
que depois desaparecem misteriosamente, graças à pressão que é feita.
Sempre tivemos aqui toda a discussão sobre espaço
Glênio Peres, quem poderia utilizá-lo, se seria só a Feira do Peixe. Então, a
todo momento, temos tentativas de ataques. Eu faço uma leitura de que é uma
forma que esta gestão tem encontrado para tentar agradar um pouco os dois
lados, ou seja, recebe reclamação de alguém, protocola alguma coisa, ou cogita
uma minuta que circula no gabinete do Vice-Prefeito, que ninguém até hoje
explicou de onde surgiu ou para onde foi, e dá uma resposta para quem reclamou,
que podem ser os comerciantes que se incomodaram com o volume alto de alguns
artistas. Os próprios artistas reconhecem que há colegas de trabalho que usam o
volume muito alto na sua manifestação artística, mas o fato é que o Vice-Prefeito
consegue agradar tanto aquele que reclamou como muitos daqueles que reclamam
depois por ter a minuta. Percebem a jogada? É muito inteligente, eu diria
assim, no sentido de que você faz um atendimento a quem reclamou, não dá
encaminhamento graças à pressão, e muitos daqueles que pressionam acabam até
saudando a iniciativa de sepultar a tal minuta que surgiu no gabinete do
Vice-Prefeito. Então são apenas exemplos.
Nós temos agora a discussão do Cais Mauá, uma
privatização do espaço, uma rodoviarização da cidade, um incentivo à utilização
de veículos automotores. E será que serão permitidas manifestações artísticas
livres no Cais depois da construção do shopping
center que estão tentando fazer ou mais um espaço público da cidade será
privatizado? Então é uma discussão que a cidade vai viver ainda,
infelizmente...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: ...Em vez de discutirmos apoio à cultura, uma liberdade de manifestação,
estamos, a todo momento, tendo que nos defender. É o momento de se defender dos
retrocessos que a todo momento surgem na Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
discutir o PLE nº 025/14.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, as entidades têm
unidade de ação e estão aqui conosco buscando soluções para a cultura no
Município de Porto Alegre. Venho novamente a esta tribuna, e agora numa
discussão mais aprofundada do processo que nós estamos vivenciando em relação
ao veto do projeto da Cultura exatamente por que, quando eu estava nesta
tribuna, em outro momento, saindo da Mesa Diretora, havia toda uma discussão
aqui sobre receitas líquida e bruta. Começo dizendo e reafirmando o que eu
disse aqui em relação à União, porque nós temos que compreender isso: só existe
receita líquida na União, está claro, no Município e no Estado não existe. Por
isso temos um problema de redação da emenda, porque a União tem a obrigação
constitucional de repassar para os Estados e para os Municípios, por isso
existe a líquida e a bruta. A receita bruta é a receita da arrecadação da
União, que é X, o que ela passa aos Estados é Y e o que ela passa aos
Municípios é Z, digamos assim, numa equação matemática. Então, só existe lá. No
Município não tem, então tivemos duas situações nesta discussão – da emenda 1
no seu item 10, se não me engano – que têm que ficar claras aqui. Primeiro,
destacar, como já destaquei, o mérito da emenda da Ver.ª Sofia, pois é mais
aporte de recursos para a Cultura. Mas essa emenda coloca no seu teor receita
líquida, e isso causou potencialidades que se materializaram na discussão com o
Líder do Governo, com os companheiros que estavam na discussão com o Líder do
Governo, e comigo que estava na discussão. Então tem que ficar claro isso aqui
para todos nós. Com isso, a Prefeitura fez que raciocínio? Bom, ela tem
obrigação de ressarcir o funcionalismo, dívida e os mínimos constitucionais, e
também verbas de empréstimo. Mínimo constitucional: tanto por cento para a
Saúde, por exemplo.
Para o próximo Orçamento sobrariam menos de R$ 3
bilhões. Aí a Prefeitura faz este cálculo: se tirar tudo isso, o que ela tem de
pagar, e prevê o gasto em Cultura, dá mais de 2,5% da receita líquida – a
discussão provocada pela Emenda da Ver.ª Sofia e que o Governo argumentou. Foi
isso que aconteceu, é disso que nós temos que falar neste momento. Mas esse
debate está errado! Porque, primeiro, ele parte de uma redação que foi
equivocada na Emenda por conta da palavra “líquida”. E aí o Governo faz uma
afirmação equivocada de que gasta mais de 2% com a Cultura, o que não é. Então,
é isso que tem que ficar claro aqui, senão ficamos num vai e vem e não chegamos
a uma conclusão, que tem que ser política!
O que ele gasta mesmo em cultura: em 2015, 0,71%,
R$ 43 milhões. Pronto! Não bota nem líquida, nem bruta, é isto, já incluso o
custeio, que é pagamento de pessoal, estrutura, equipamentos. Para 2016 está previsto
0,91%, R$ 46 milhões incluindo custeio. Ao fim e ao cabo isso tem que ser
explicado não só orçamentariamente, mas principalmente politicamente. É isso
que está em jogo hoje aqui. Nós teremos de derrubar o Veto a essa Emenda!
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. JUSSARA
CONY: E por que é que eu digo isso: porque esta Câmara e o povo de Porto
Alegre, os atores culturais, querem 1,5% do Orçamento agora! E querem até os
próximos dez anos 3% do Orçamento. Sabem o que é isso? São R$ 93 milhões agora
e R$ 186 milhões lá adiante.
Derrubar veto é uma posição política desta Casa!
Neste momento é uma posição política!
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Seriam, em cinco anos, R$ 93 mil; e em dez anos, quase R$ 200 milhões
por ano. Então, nós não podemos rebaixar a luta política da cultura neste
momento, e isso é derrubar o Veto. É derrubar esse Veto por uma questão: nós
não podemos tratar a política da Cultura como uma questão contábil! Não é uma
questão contábil, é uma questão de direito, de orçamento para a Cultura, porque
cultura é democracia e soberania, e é por isso que nós vamos votar desta
maneira: pela derrubada o Veto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir
o PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Meus colegas Vereadores e Vereadoras, prezadas lideranças e
trabalhadores da cultura aqui presentes, quero cumprimentar a nossa sempre
colega Margarete Moraes, que é a representante do Ministério da Cultura aqui
presente.
Eu quero dizer que está se estabelecendo neste
plenário, no meu ponto de vista, um falso debate. E quero justificar aqui, ao
Guimarães e a todas as lideranças da cultura, por que é um falso debate.
Primeiro, a Emenda nº 01, que teve um equivoco de redação, prezado Líder do
Governo, nós já fizemos, por acordo de Lideranças, dezenas de correções aqui
neste plenário. A Emenda nº 01 teve como intenção dizer o seguinte: que a
descentralização da Cultura tem que acontecer em toda Cidade, inclusive nos
bairros e nas vilas irregulares que não têm CEP. Da maneira que está escrito,
deu sentido contrário: ela acontecerá só nas comunidades que não têm CEP Mas é
uma questão de obviedade! Todos os partidos de oposição e situação votaram no
entendimento de que era para incluir, para não deixar fora, na descentralização
da cultura, as comunidades que não são regularizadas. Portanto, no meu ponto de
vista, basta que nós aqui ajustemos uma palavra, e isso pode ser feito por
acordo de Liderança.
O segundo tema, a questão do Orçamento, prezado
Ver. Kevin. Tem aqui também uma dupla interpretação, quando se discute que o
Orçamento, e o Governo afirma que ele é superior à emenda que foi feita e
aprovada. Hoje está prevista uma porcentagem de 0,91% do Orçamento total para a
cultura em 2016. Isso representa em torno de R$ 68 milhões em que estão
incluídas a folha de pagamento e a manutenção da secretaria, que é mais de 60%
desse valor. E o que diz a emenda, prezado Ver. Kevin e demais Vereadores? A emenda
separa, ela diz que no Orçamento a ser destinado ao Plano Municipal de Cultura
– Plano Municipal de Cultura significa todas aquelas ações que nós aprovamos
aqui – não está incluída a folha de pagamento, não está incluído o
funcionalismo, não está incluída a estrutura fixa, porque isso já é do
Orçamento geral. Essa é a diferença. Portanto, quando aqui se traz essa
polêmica, eu considero que é uma falsa polêmica. A base do Governo aprovou aqui
o seguinte: no final dos dez anos do Orçamento líquido, que hoje é em torno de
R$ 5 bilhões, 1,5% sobre R$ 5 bilhões são R$ 75 milhões. Há um valor superior
ao Orçamento total da cultura destinado para 2016, que são R$ 68 milhões.
Setenta e cinco milhões, só para investimento, é um valor superior a R$ 68
milhões, que é o gasto total da cultura. É esse o debate. Não sei se todos aqui
conseguiram acompanhar o raciocínio.
O que diz a emenda? A emenda diz o seguinte: o
Orçamento a ser destinado ao Plano Municipal da Cultura. No Plano Municipal da
Cultura não está dizendo: “Ah, vamos pagar os funcionários, vamos pagar isso,
vamos pagar aquilo”. Ele está dizendo: ação de descentralização, apoio a todas
as iniciativas culturais e assim como outras questões ali colocadas. Portanto
nós devemos manter, sim, 1,5%, porque é superior ao 0,91% do Orçamento total
previsto hoje...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: ...Para concluir, Sr. Presidente, esta Casa é uma Casa política, e aqui
foi feito um acordo entre todos os Vereadores e todos os representantes de
todos os segmentos da cultura, que foi aprovado. O Prefeito vetou, eu quero
acreditar que foi por uma informação equivocada na análise técnica, nossa
Líder, Ver.ª Jussara! Portanto, o acordo que foi feito tem que ser mantido
porque ele não contradiz a proposta do Orçamento do Governo. Um e meio por
cento é maior do que está sendo proposto hoje, e ele vai aumentando até 3% para
investimento líquido na cultura, não é para o total do gasto, incluindo o
funcionalismo e estrutura da Secretaria. Muito obrigado e um grande abraço.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
PLE nº 025/14. (Pausa.) O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores que nos acompanham, nesta tarde, pela
TVCâmara, das galerias; Vereadores, Vereadoras; Presidente, Ver. Mauro
Pinheiro.
Eu, como professor, posso parecer um tanto quanto
suspeito ao falar sobre alguns temas como, por exemplo, educação e cultura, mas
não vou ficar repetindo dados que foram colocados muito bem nesta tribuna pela
Ver.ª Fernanda Melchionna, minha colega de bancada, do PSOL, e pelos Vereadores
da oposição. A minha ideia é contribuir. E eu contribuo de uma forma ligada à
minha vivência.
Como professor de Ciências Biológicas, formado em
Biologia, uma das minhas atribuições é justamente discutir com meus alunos e
trabalhar questões referentes à evolução humana. Dentre as discussões que faço
em sala de aula, está justamente o motivo pelo qual os nossos antepassados
conseguiram sair de uma situação de vida animalizada para desenvolver uma série
de vivências ou de boas vivências. Primeiramente, os nossos antepassados
desenvolveram a arte da linguagem: como se comunicar, como deixar claro o que
pensam, as suas intenções. Segundo, como transmitir conhecimento que foi
acumulado ao longo da evolução, milênios de evolução! E essas formas de comunicação
se deram não única e exclusivamente pela linguagem, pela oralidade, e, sim,
pela transmissão através das mais diferentes formas de comunicação visual.
Desenvolvemos, ao longo da evolução humana, as artes, a cultura, o teatro, as
pinturas, o artesanato, as músicas, a escrita. Essas formas de transmissão de
conhecimento fizeram com que nós, ou melhor, os nossos antepassados pudessem
sair da sua condição, superar a natureza em muitos aspectos e transmitir o que
acumularam de conhecimento para as gerações futuras.
O que nós percebemos, atualmente, é que há um
descaso muito grande com estas duas áreas: a educação e a cultura. Esse aspecto
tem o seu reflexo negativo na sociedade atual. A sociedade, muitas vezes, vira
as costas para a condição do ser humano. Nós estamos voltando à condição
animalizada. Temos uma onda progressiva de violência que assola a todos nós. O
que fazemos com relação a isso? Deixamos a educação de lado, alijamos a cultura
das políticas governamentais. Essas duas áreas são áreas fundamentais para que
possamos almejar um resgate dessa nossa condição, dos valores humanos, da
amizade. Senhoras e senhores, enquanto não tivermos políticas públicas que
valorizem e deem perspectivas para os nossos jovens. A criminalidade vai
continuar a seduzi-los cada vez mais, a violência vai continuar aumentando;
portanto, que Cidade queremos para o futuro? O Orçamento Participativo é tema
em todas as campanhas eleitorais, e aí temos um lado dizendo que o Orçamento
Participativo vai ser relegado, e outro lado dizendo que vai ser mantido. A
atual gestão, assim como a gestão antecessora, do Prefeito Fogaça; as últimas
gestões que administraram a cidade de Porto Alegre garantiram, em campanhas
eleitorais, a valorização do Orçamento Participativo. Nós tivemos a cultura
como a terceira prioridade do OP. É inadmissível que uma das prioridades do
Orçamento Participativo – se é que esse processo é considerado sério pela
Prefeitura – seja relegada, receba menos que 5% de investimento. Senhoras e
senhores, isso é alarmante! Ou a população tem o direito de decidir as suas
prioridade ou então o Orçamento Participativo, gerido pelo Executivo, é uma
mera fachada. Essa é uma grande preocupação que tenho; espero que a Prefeitura
abra os olhos e promova, realmente, a valorização da educação e da cultura no
nosso Município. Boa tarde.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, só uma questão de correção para as
notas taquigráficas, quanto à minha fala anterior, sobre a superlotação de
recursos para a educação, para a cultura e para a saúde para combater a
superlotação dos presídios, dos abrigos, das escolas, dos hospitais, justamente
nessa política de falta de investimento público naquilo que importa ao povo.
Então, quero fazer este registro, porque é muito importante mantermos essa luta
por mais direitos e mais recursos para as áreas essenciais para a nossa
população.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro, Vereadora.
Registro a presença da nossa ex-Vereadora e
ex-Presidente desta Casa, a Sra. Margarete Moraes, hoje representando o
Ministério da Cultura e acompanhando a votação. Seja bem-vinda.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Kevin
Krieger, solicitando que sejam votados em destaque o Inciso I do art. 4º, o
art. 7º e o art. 12 do PLE nº 025/14. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa) APROVADO.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Senhores e senhoras, nós fizemos uma construção de encaminhamento para
não ter a votação do Veto Parcial sobre esses cinco itens em bloco. Esse
destaque que fez o Líder do Governo nos permite votar separadamente. Isso
representa duas coisas: primeiro, eu acho que a mobilização dos artistas, da
classe artística, aqui em pleno horário de trabalho... Eu quero fazer aqui o
registro, Ver. Mauro, que nós, aqui na Casa, ainda não conseguimos – não a sua
gestão, obviamente – passar para o turno da noite as Sessões que dizem respeito
à votação de questões para a cidade de Porto Alegre. Isso é uma questão muito
importante, que precisamos amadurecer nesta Casa. Vejam: os artistas vieram
segunda-feira à tarde, hoje, novamente, muitos têm compromissos e não podem
estar aqui conversando com os senhores e as senhoras. E hoje nós tivemos um
exemplo da importância desse diálogo, porque elementos como Receita Corrente
Líquida, Receita Líquida, Despesas, Vinculações, são temas difíceis para a
sociedade, que a sociedade acaba não compreendendo, acaba muitas vezes passando
por ingênua, e que, na vida real, na hora do Orçamento, na hora dos recursos...
Por que será que o Teatro de Câmara está o ano inteiro fechado, e talvez passe
o ano que vem e o outro ano fechado? Porque, exatamente, na hora da discussão
das prioridades... E vejam, já não é mais – a Ver.ª Margarete Moraes está aqui
nos lembrando – um problema que a comunidade, a sociedade não prioriza, porque
a cultura está no terceiro lugar, Ver. Janta, na votação do Orçamento
Participativo deste ano. Terceiro, entre as quatro prioridades, quando uma
cidade que tem tantas necessidades... Aqui está o Maricato, que faz a
descentralização da Cultura, eu sei que houve uma grande mão que mobilizou os
conselheiros do Conselho de Cultura, não é à toa que estão hoje eleitos no
Conselho, é porque atuam na periferia da Cidade e mobilizaram para esta
votação. Então, é necessário democratizar a votação aqui na Casa assim como
está democratizado o Orçamento Participativo. Este Plano Municipal de Cultura é
organizador das demandas que foram levantadas dia após dia, em audiências
públicas, em tribunas populares, em reuniões da Comissão de Cultura desta Casa,
muitas reuniões, muitas emendas populares do povo da Cultura durante todos
esses anos, denunciando, brigando, dizendo que não dá, que os recursos são
parcos, que há teatros fechados, que não há programas implementados, que há não
recursos para fazer festas populares, culturais – lembro do povo do hip-hop, que, todo ano, vem aqui
desesperado atrás de uma emenda. Isso é o retrato, na vida, da falta de
permeabilidade do Orçamento, do Legislativo, ainda para as prioridades sociais
e populares. E nós podemos corrigir isso com a nossa votação no Plano.
Quero encaminhar, em nome do Partido dos
Trabalhadores, Vereadores, Ver. Mario Manfro, no sentido de que a votação que
fizemos, Ver. Guilherme Socias Villela, não foi uma votação inconsciente; foi
uma votação considerando esse acúmulo de debate na Cultura, essa mobilização da
Cultura, as conferências de Cultura, a redução que a área vem sofrendo, e que
isso está retratado no cotidiano da cidade de Porto Alegre. Este Plano não veio
à toa desse jeito, não foi votado por unanimidade. Ver. Paulinho Rubem Berta,
que está no lugar do Ver. Pujol, espero que vote conosco para derrubar o Veto à
emenda nº 10, também, porque nós queremos dar consequencia a toda essa
participação popular, à cidadania ativada, à Cultura, que se mobiliza para além
do seu teatro, do seu grupo, do seu espetáculo, para cuidar do interesse geral
da Cultura em Porto Alegre, do direito à cultura em Porto Alegre que cada um e
cada uma tem. Então, um bom voto para nós. Que este Plano tenha recursos para
cumprir as metas que serão elaboradas coletivamente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Nós vamos fazer na verdade quando vem o Veto, vem o
Veto global de todos os artigos do que o Governo vetou. E o fato de ter
destaque em alguns desses artigos é a possibilidade de pelo menos salvar alguma
coisa Rosane, das emendas que foram construídas junto com os artistas. Nós
sabemos de antemão, por toda a pressão, a negociação, a discussão da tarde de
hoje, da tribuna, junto com os artistas, que o Governo se mantém irredutível,
no Veto que trata do Orçamento. Então, eu venho encaminhar a nossa posição, a
minha e a do Ver. Alex Fraga, dizendo que nós vamos votar neste Veto que vai
estar destacado, cada um dos três Vetos vai estar destacado porque um deles
trata de três artigos, então, são três destaques; nesse específico que trata do
Orçamento, nós vamos manter a nossa coerência e vamos votar pela derrubada do
Veto. Nós precisamos de 19 votos para que de fato esse Veto seja derrotado. Eu
quero aqui nessa tribuna fazer de novo a discussão de que tipo de sociedade
está sendo construída e que tipo de lógica está sendo construída ao passar
desses anos. O Ver. Alberto trouxe a nossa audiência que foi realizada ontem,
na Comissão de Direitos Humanos, junto com a Comissão de Saúde em que nós
discutimos a questão dos abrigos em Porto Alegre – crianças e adolescentes,
vítimas da violência, vítimas de negligências, vítimas de maus tratos, que
deveriam estar sob tutela do Estado e que ao mesmo nessa tutela do Estado, não
tem garantia dos direitos mais constitucionais como muitas vezes a educação em
função de um jogo de empurra burocrática entre as Secretarias. Nós estamos
discutindo crianças que não tem sequer uma biblioteca nesses espaços, nós
estamos discutindo crianças e adolescentes que deveriam estar tendo a proteção
máxima e que estão duplamente tendo os seus direitos violados. Nós estamos
discutindo trabalhadores com sobrecarga de trabalho, trabalhadores em sofrimento
psíquico, diante da falta de funcionários para atender nas questões, enfim, da
ampliação da Rede Municipal, nós estamos discutindo numa sociedade em que
aumenta a violência, aumenta o número de homicídios; 2015 vai ser o ano que
mais jovens foram assassinados. Também estamos discutindo o fato de ter
aumentado, este ano, em cem por cento, o número de pessoas que ingressaram no
Presídio Central, comparando o ano de 2013 com o de 2014. Nós estamos fazendo
uma comparação de um aumento de 400% da população carcerária nos últimos 20
anos e, ao mesmo tempo, de um aumento terrível de violência, de homicídios, de
crimes contra a vida; muito embora o Governo Sartori e os Governos, de um modo
geral, estejam reduzindo dinheiro para investigação e para a divisão de homicídios
e estejam, inclusive, numa crise em relação às vagas no Central. Hoje,
delegacias de polícia estão se transformando em verdadeiros presídios, com
pessoas há três dias sem banho, sem alimentação e sem as condições para a
população. A própria Polícia Civil não tem como garantir os direitos humanos e
a segurança desses lugares.
Então, quando falamos que a lógica está errada,
estamos dizendo que vocês estão errando feio, tanto na política de segurança,
que não prioriza a investigação de crimes contra a vida, quanto na raiz dos
problemas, que passa por combater a desigualdade social, sem dúvida, mas também
passa por investir em educação, em cultura, em leitura, em lazer, na
descentralização das periferias, em oportunidades para a juventude, antes que a
gangue capitalista, que é o narcotráfico, chegue aos nossos jovens. Deve-se
investir, ativamente, em equipamentos culturais, que podem servir como exemplo
e como perspectiva de vida para milhares de jovens; investir na criação de
vagas nas creches e na criação de escolas de Educação Infantil; investir em
atendimento na Educação Especial; investir para que não tenhamos 80% dos nossos
equipamentos centralizados. E é com isso que tem a ver a emenda que nós vamos
votar, para que tenha mais recursos para a cultura. Nós lutamos,
permanentemente, para que haja mais recurso para a cultura, para a educação,
para a assistência, porque essa política já se mostrou falida. Essa política de
gentrificação, de criminalização da pobreza, de higienização social, tentando
atacar tanto as populações que moram nos centros, as populações mais pobres,
colocando para mais longe, quanto a população em situação de rua, como no caso
da Escola Porto Alegre... Nós estamos vendo o resultado dessas políticas, que é
mais pobreza, mais violência, mais dificuldade de acesso aos equipamentos.
Então nós defendemos a mudança radical de concepção de que, na verdade, garanta
a superlotação de recursos para as áreas sociais e se combata essa política
falida, ultrapassada, que a cada dia se mostra vitimizadora da nossa juventude,
dos nossos artistas, dos nossos movimentos sociais.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, mais uma vez, eu venho a esta
tribuna, principalmente para me comunicar com os Vereadores da base para dizer
que nós construímos um acordo com o Vice-Prefeito na derrubada da Emenda nº 04,
os artigos que o Ver. Mauro Pinheiro colocou.
Eu não podia deixar de me manifestar, quando escuto
a Ver.ª Fernanda fazer uma mistura de tudo o que acontece de dificuldades no
Brasil e no Estado, parece que é o Governo Municipal o culpado por tudo. Parece
até que o Governo Municipal é o responsável pela violência. Ele tem as suas
responsabilidades, mas não é tudo com o Governo Municipal. Não vamos
transformar uma discussão tão importante em uma discussão política, partidária.
É política pública, sim, mas não partidária. Apesar de algumas coisas que
ouvimos, vamos continuar mantendo o nosso acordo com as lideranças da cultura,
principalmente. Nós acordamos em derrubar a Emenda nº 04.
Ver.ª Sofia, como estávamos conversando no
plenário, temos diferenças em relação à receita bruta e receita líquida, vamos
aprofundar esse diálogo aqui. Independente disso, essa emenda é
inconstitucional. Todos sabem. Eu expliquei isso. Para o que é constitucional
tem verba vinculada: a saúde e a educação. É real, Ver. Mario Manfro, Dr. Raul,
que trabalham na área da Saúde pública. Tomara que a cultura, que a assistência
também vençam essa luta!
Agora, Ver.ª Fernanda, eu quero colocar que ontem
nós tivemos essa audiência pública em relação aos abrigos assistenciais. Apesar
de não ser a pauta do veto, mas eu escutei de uma promotora – que eu considero
uma das melhores –, que faz a fiscalização mensal nos abrigos residenciais, ela
disse com suas próprias palavras que há evolução, sim; há problemas, há
dificuldades, mas é nítida a evolução do atendimento no acolhimento
institucional. Ver.ª Sofia Cavedon, escutamos de um dos maiores líderes desta
Cidade, que trabalha com criança e adolescente, há muitos anos, o frei Luciano.
Cidadão respeitadíssimo nesta Cidade e, hoje, Presidente do Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, na Comissão ontem, fala do empenho,
da dedicação e da evolução deste trabalho. Se têm problemas? Sem dúvida que
sim. Nós temos problemas com as nossas crianças e adolescentes nas nossas
casas, imaginem num abrigo residencial para 20 crianças e adolescentes! Então,
vamos tratar também, Ver. Prof. Alex, dessa política como política pública e
não como política partidária. Nós faremos esse debate através da Comissão
Especial, mas vamos fazer um debate propositivo para buscar as melhorias e
qualificações necessárias. Nós fizemos isso, também, no Plano Municipal de
Cultura, no qual construímos 14 emendas de todos os Vereadores; retornaram três
emendas vetadas pelo Governo Municipal. Das três, nós conseguimos o acordo, com
o Vice-Prefeito e com o Prefeito, em derrubar uma dessas emendas que é sobre a
maioria dos artigos. As três emendas têm, entre artigos e incisos, cinco; dos
cinco, nós estamos derrubando três, sendo que numa delas há discordância,
inclusive, de algumas lideranças, que é a questão do CEP. Essa emenda do Ver.
Elizandro Sabino, a princípio, era para agregar e ampliar o serviço também para
aqueles que não têm CEP, mas como a redação não ficou boa, restringe só para
quem não tem CEP. E eu venho a esta tribuna, mais uma vez – como já disse para
algumas lideranças que estavam ali comigo, conversando –, para dizer que nós
vamos falar, sim, Ver. Tarciso, com o Governo Municipal para poder mandar um
adendo a esta lei do Plano Municipal de Cultura, podendo também incluir essas
pessoas que não têm CEP nos serviços e no atendimento da Cultura na cidade de
Porto Alegre.
Este é o pronunciamento, Ver.ª Jussara, que eu me
comprometi a fazer com V. Exa., Líder da oposição.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 025/14, com Veto Parcial, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, vou falar de forma bastante breve, agradecendo a
oportunidade à nossa Líder, Ver.ª Jussara, em nome da oposição, do PSOL, do PT
e do PCdoB.
Saúdo o esforço de diálogo que o Ver. Kevin faz.
Acho que isso é muito salutar; o Parlamento ganha quando se dialoga e se
consegue construir pontes. Eu sempre saúdo o seu esforço, mas eu não posso
deixar de registrar uma diferença que tem que ficar um pouco mais clara, porque
não estamos fazendo um debate partidário, até porque somos três partidos
diferentes, inclusive com várias opiniões diferentes sobre as conjunturas
nacionais, estaduais, locais, mas que temos em comum, talvez, uma determinada
concepção de cidade, um ponto de partida histórico baseado nas relações humanas
e que tem na cultura um eixo central da nossa concepção de cidade.
E eu ouvi o Sr. Prefeito e o Sr. Vice-Prefeito,
Sebastião Melo; primeiro, durante as eleições, eles sempre disseram que
violência não é um problema do Prefeito. Eu mesmo estive em debates com o
Prefeito e o ouvi dizendo isto. Depois, na crise recente, ele falou de
segurança e chamou a Força Nacional. Pois eu queria sugerir ao Prefeito e ao
Vice-Prefeito que chamem a força local, em vez de chamarem a força nacional. E
a força local está aqui, está nos agentes da cultura. Esse é o grande caminho,
e essa é uma diferença política de fundo que nós temos e que cada vez fica mais
clara: alguns acham que a forma de se organizar as relações na cidade é através
da militarização, do esvaziamento do espaço público e da lotação de presídios e
instituições fechadas; nós achamos que é através da cultura, da abertura do
espaço público, do fomento às relações entre os cidadãos. Essa é uma diferença.
Isso não é uma pequena política; isso é uma grande política e é uma concepção
que tem que ser esclarecida para as pessoas. Nós temos um problema, talvez seja
em razão de questões históricas, que na hora da eleição as pessoas acabam
olhando ali para a obra, para o asfalto, algo imediato. E parece que a cidade
tem se especializado, nos ciclos eleitorais, em atrasar todas as obras e
entregá-las em ano eleitoral. É importante que as pessoas discutam um pouco
mais a concepção de cidade e compreendam essa diferença. Porque essa diferença
está tendo consequências na vida de todos nós, quando nós já não podemos
conviver na nossa Porto Alegre, quando nós já não podemos ver jovens caminhando
nas ruas, tocando o seu instrumento. A sorte é que a juventude é rebelde e,
mesmo com toda essa adversidade, ocupa o espaço público. Porque no que depender
do Poder Público Municipal, o espaço público vai ser cada vez mais silencioso,
sem jovens e vai, sim, sendo ocupado pela violência. Essa é uma diferença que
precisa ser sempre esclarecida, a diferença entre os nossos projetos de cidade.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 025/14, com Veto Parcial.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste através da TVCâmara,
público que está presente nas galerias, tendo em vista as citações da Ver.ª
Sofia Cavedon e também do Ver. Kevin Krieger no que dizem respeito à Emenda nº
10, de nossa autoria, que tem o objetivo de incluir as regiões periféricas no
que diz respeito ao Plano Municipal de Cultura, e, na proposição da emenda, nós
procuramos estender a aplicabilidade dos efeitos da lei para as regiões, as
áreas que ainda não têm a existência de CEP. A gente sabe que entre a efetiva
denominação de rua e até estar definida a questão do CEP há um percurso a
transcorrer. E por essa razão, muitas vezes, uma verba lá na periferia não
chega, em virtude de que não há contemplação do Código de Endereçamento Postal.
Foi esse o objetivo. Porém, a emenda, por uma questão de redação, ela, na
verdade, em vez de ser uma emenda inclusiva das regiões periféricas, ela apenas
incluiu as regiões periféricas, deixando as demais regiões desassistidas. Nesse
sentido, não havia alternativa senão vetar a emenda. Mas há um comprometimento
da parte do Governo, e eu procurei, antes de subir à tribuna, falar com o Líder
do Governo, Ver. Kevin Krieger, porque um dos pleitos das regiões periféricas é
justamente que haja descentralização do valor destinado à cultura e que chegue
lá na Restinga, que chegue lá no Rubem Berta, que chegue nas regiões das ilhas,
nas regiões mais longínquas, foi nesse sentido que nós efetivamente ingressamos
com a emenda. Há um comprometimento da parte do Governo, e nós vamos ficar
atentos em virtude, Ver. Airto Ferronato, da construção política que fizemos,
nós vamos ficar acompanhando, vamos fazer uma proposição, portanto uma emenda à
lei ao cabo. Então, nesse sentido, colegas Vereadores da base e demais colegas,
eu trago um esclarecimento à respeito da Emenda nº 10, no sentido de que nós na
boa, bela intenção, porém, por uma questão de redação, obviamente nós vamos
precisar fazer uma adequação, acatando, portanto, o Veto Parcial do Governo,
mas, logo em seguida, fazendo uma emenda à lei para corrigir e atingir o nosso
objetivo que é, efetivamente, que cheguem as verbas nas regiões periféricas.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, as partes vetadas, destacadas: Inciso I do art. 4º, art. 7º e art.
12 do PLE nº 025/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
APROVADAS por 23 votos SIM.
Rejeitado o Veto Parcial.
Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, as partes vetadas não destacadas: parágrafo único do art. 2º e
art. 10º do PLE nº 025/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADAS por 11 votos SIM e 17 votos NÃO. Mantido
o Veto Parcial.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que solicita a alteração da ordem da
priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão e
votação do PR nº 029/15. Após retornaremos à ordem normal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1629/15 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 029/15, de autoria do
Ver. Rodrigo Maroni, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao major Leandro
Oliveira da Luz.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 05-10-15.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o
PR nº 029/15. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1226/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 109/15, de
autoria do Ver. Carlos Casartelli, que
obriga os mercados, os supermercados, os hipermercados e os estabelecimentos
congêneres cuja área seja superior a 500m2 (quinhentos metros
quadrados) ou que possuam mais de 3 (três) caixas registradoras a acomodar, em
espaço único e de destaque – gôndola ou prateleira –, os produtos alimentícios
elaborados sem a adição de glúten ou lactose e dá outras providências.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Parecer
Conjunto:
- da CEFOR, CUTHAB,
CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral
Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 30-09-15.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 109/15.
(Pausa.) O Ver. Carlos Casartelli está com a palavra para discutir o PLL nº
109/15.
O SR. CARLOS
CASARTELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, caros colegas,
pessoal que está na tribuna, público que nos assiste na TV Câmara, servidores
da Casa; eu vou ser sucinto, porque o projeto também é simples, mas
extremamente importante para todas as pessoas que são portadoras de doença
celíaca. O objetivo desse projeto não é facilitar que as pessoas que têm doença
celíaca, ou que têm familiares com doença celíaca, encontrem de forma mais
fácil os produtos que precisem consumir. Não é esta a finalidade do projeto. O
que ocorre é que se os produtos que contêm glúten são colocados nas gôndolas
dos supermercados junto com os produtos sem glúten, que são os produtos que os celíacos precisam consumir. Esses produtos
sem glúten são contaminados pelos produtos que contêm glúten. Então, há uma
contaminação do produto, e os celíacos levam para casa um produto que tem
glúten sem que eles tenham condições de saber se isso ocorreu ou não. Então, o
projeto prevê exatamente isto, que os supermercados tenham o cuidado de colocar
em gôndolas separadas esses alimentos consumidos pelos pacientes portadores de
doença celíaca e, com isso, se tem a garantia de que essas pessoas levarão para
a casa um produto não contaminado com glúten e, portanto, sem ter todos os
problemas que têm as pessoas com doença celíaca quando consomem produtos com
glúten, causando uma série de sintomas prejudiciais à sua saúde.
Então, eu peço a
todos os colegas que votem pela aprovação deste projeto. É um projeto
extremamente importante para esse grupo de pessoas, que é bastante
significativo, e nós excluímos os pequenos mercados, porque nós entendemos que
realmente têm uma dificuldade maior de espaço para fazer essa separação. Mas os
grandes supermercados, acima de 500 metros quadrados, têm todas as condições de
fazer essa separação, protegendo essas pessoas.
Eu quero aproveitar
para dizer – espero que o projeto seja aprovado, eu tenho a certeza de que
todos os Vereadores vão votar pela aprovação do projeto – que este também é um
momento importante para mim, porque é a última Ordem do Dia de que eu participo
como Vereador. Na segunda-feira, desta vez de fato, o Ver. Dr. Goulart está de
volta, e este é meu primeiro projeto que vem para a plenária; então, eu saio
daqui satisfeito e espero que com a aprovação do projeto. Obrigado a todos,
acho que o projeto é bastante simples, mas muito importante para todos os
portadores de doença celíaca. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 109/15.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Quero
cumprimentar o Ver. Carlos Casartelli pelo seu projeto, a iniciativa, é um
projeto que prima pelo direito à informação. Isso é tão importante, porque nós
sabemos que a população que tem problemas com glúten, que sofrem
de doenças como os celíacos, como eu estava falando com a minha amiga, que
inclusive fica para votar esse projeto que esperamos que seja aprovado, porque
o mínimo que a população pode ter é o direito à informação, uma gôndola que
forneça esse direito à informação como forma de a pessoa poder definir,
escolher, saber que aquele alimento não faz bem para a sua saúde em função de
conter glúten.
Então quero cumprimentá-lo e dizer que vamos votar
a favor, obviamente, do projeto, e faço aqui a defesa para os outros
Vereadores, na tarde de hoje, espero por unanimidade. O projeto é uma
iniciativa do Ver. Carlos Casartelli, e esperamos que passe a vigorar no
Município de Porto Alegre.
No ano
passado, nós havíamos votado a questão do direito à informação de vários tipos
de projetos, mas não chegava a ser nos supermercados, nas gôndolas, eram
projetos extremamente diferentes, mas, por exemplo, teve um projeto da Ver.ª
Lourdes, que previa o direito à informação nos cosméticos, se havia sido
testado ou não em animais, um projeto extremamente meritório; discutiu-se
também a questão dos restaurantes com relação a alimentos que contêm glúten.
Foram projetos extremamente meritórios, nós votamos a favor, e depois foram
vetados pelo Governo. E nós esperamos que o seu projeto seja aprovado e que
seja sancionado, porque a população tem o direito de saber. Nós achamos que o
mínimo de qualquer dos direitos da nossa população é o direito à informação.
Muito se fala da transparência, muito embora esteja longe, o Brasil, de ter uma
transparência plena, seja na questão das votações, seja na estrutura e na forma
de fazer política. Nós, que lutamos por uma lógica diferente, de radicalização
da democracia, de ampliação de audiências públicas, de plebiscito, de novos
mecanismos de participação e também de informação sabemos que ainda tem muito a
conquistar, mas, certamente, cada projeto que localmente se avança no direito à
informação é parte desta luta, para se ampliar a democracia, para se ampliar a
transparência, para se ampliar o direito à informação. Então o senhor pode
contar com o voto da nossa bancada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para
discutir o PLL nº 109/15.
O SR. MARIO
MANFRO: Nosso Presidente; caros colegas; público que nos assiste, bom, duas
coisas me trazem até aqui. Primeiro, claro, vou encaminhar o projeto do nosso
Ver. Carlos Casartelli; eu até pedi uma pequena informação de como se daria
essa contaminação, sobre a qual fui esclarecido. E acho sim que também é
importante que a pessoa que necessite desse tipo de alimento saiba que tem uma
gôndola destinada a esses alimentos, fica mais fácil, inclusive, de ela
encontrar o produto que foi buscar. Então, acho que é meritório em ambos aspectos.
Quero também aproveitar a oportunidade, Vereador,
de me despedir, o senhor está dizendo que é a última Ordem do Dia de que
participará. Tem um assessor seu que nós nos tratamos como vizinhos, que me
disse: “Tu falaste, ontem, sobre a Semana da Saúde Bucal e não fizeste uma
menção ao então Secretário Carlos Casartelli”. Não, eu fiz, talvez eu não tenha
sido tão enfático quanto o Vereador e, na época Secretário, merecia. Realmente,
a minha principal bandeira é a da saúde e saúde bucal de uma forma bastante
específica. Quero deixar registrado aqui: o Secretário Casartelli foi um
guerreiro ombro a ombro, sendo extremamente sensível aos pleitos da
Odontologia. E tudo aquilo que foi possível, o então Secretário Casartelli
conseguiu, principalmente no que diz respeito às equipes de Saúde da Família,
que hoje triplicaram em relação ao que existia até 2011.
Então, quero também agradecer ao Secretário
Casartelli, na época, por ter acreditado e se sensibilizado com a importância
da Odontologia. Eu sei que, se dependesse do Secretário Casartelli, em nível de
saúde pública, inclusive aparelhos ortodônticos seriam disponibilizados. Eu sei
que é um sonho seu e muito mais meu ou pelo menos no mesmo nível. Então, quero
agradecer em nome da Odontologia todo o apoio que nós tivemos na época.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Emenda nº 01, de
autoria do Ver. Clàudio Janta e deste Vereador, ao PLL nº 109/15.
(A Ver.ª Jussara Cony
assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, solicitando dispensa do envio
da Emenda nº 01 ao PLL nº 109/15 à apreciação das Comissões, para Parecer.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
Apregoo e defiro o
Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando que seja votada em
destaque a Emenda nº 01 ao PLL nº 109/15.
O Ver. Mauro Pinheiro
está com a palavra para discutir o PLL nº 109/15.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver.ª
Jussara Cony. Conversei antes com o Ver. Carlos Casartelli e queria dizer que o
projeto dele é bom e tenho certeza que, devido ao cuidado que ele teve, não
teremos nenhum problema já que a grande maioria dos supermercados já tem esse
cuidado. Mas quanto mais cuidado melhor. Esta Emenda nº 01 que apresento é para
que não fiquem dúvidas quanto ao projeto, acrescentando onde diz “obriga os
mercados, supermercados, hipermercados, estabelecimentos congêneres cuja área
seja superior a 500 metros quadrados”, acrescentarmos “área de venda”. Fica
expresso que é o tamanho do mercado, a área de venda, que determina a
acomodação, em espaço único e de destaque – gôndola ou prateleira –, os
produtos alimentícios elaborados sem a adição de glúten ou lactose e dá outras
providências. Nós só tivemos o cuidado para ficar mais claro, para que não se
tenha dúvida do tamanho do supermercado. Está de acordo com o Ver. Casartelli,
e nós também concordamos com este projeto, que vem somente somar, porque tenho
a certeza de que a grande maioria dos mercados já tem esse cuidado com a
separação dos produtos. Era isso. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 109/15.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Senhores e senhoras,
serei muito breve. Quero aqui apoiar, com toda ênfase, a iniciativa do Ver.
Casartelli. Nós sabemos o que vivem as pessoas que têm essa rejeição ao glúten
e sabemos o que significa a identificação da doença e o acesso a uma
alimentação diferenciada: saúde plena, vida plena. Isso é muito pouco, muito
fácil, nada caro para garantir a saúde dos celíacos. Eu acho que medidas como
essa, que são um aprimoramento, uma sofisticação – se pode ter contaminação,
vamos separar nos supermercados grandes –, são importantíssimas, significam que
somos uma sociedade que vai incorporando os direitos das pessoas, vai
reconhecendo doenças, vai reconhecendo adaptações – tratar o diferente de forma
diferenciada –, é, de fato, colocar a vida, Ver. Casartelli, acima do comércio,
acima do lucro, acima da necessidade de sobrevivência dos supermercados ou de
diminuição de custeio. Essa priorização da vida, para mim, é um marco legal,
moral e político fundamental. Então, todo o nosso apoio para que, em primeiro
lugar, o comércio, a apresentação de produtos tenha, na sua organização, na sua
previsão, na sua oferta, a proteção à vida. Eu aqui, de novo, estou aprendendo.
Soube do tema da contaminação num dos debates que aqui aconteceram, mas não
imaginava que a gente pudesse ter esse problema até na hora da disposição dos
produtos. Que bom que está identificado, que bom que está proposta aqui uma lei
pelo Secretário Casartelli, que bom que esta Casa aprove e que a gente possa
avançar no respeito à saúde e, principalmente, em medidas que se antecipam à
doença, garantindo vida plena e saudável para todos os que precisam apenas de
uma adaptação alimentar.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para discutir o PLL nº 109/15.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sra. Presidente,
Ver.ª Jussara Cony; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver. Carlos
Casartelli apresenta um projeto importante para as pessoas que muitas vezes
sofrem desse mal, que chegam num supermercado, compram um produto e não sabem o
que estão levando para a casa. Chegam em casa e começam a passar mal em função
do produto que compraram. Eu, por ser funcionário desse setor, e o Mauro, por
representar este setor, apresentamos uma emenda, porque a pequena empresa não
tem condições de manter essa diferenciação. Eles podem colocar uma placa
avisando, mas não tem espaço físico para isso. As grandes empresas, com
certeza, têm como ter alas específicas – como já aprovamos aqui nesta Casa –
separando o dietético, o light e
principalmente os produtos que não contém glúten. A cada dia que passa, a gente
aprende sobre os malefícios dessa substância à vida das pessoas que são
alérgicas ao glúten. O Vereador, pela quinta vez, se despede desta Casa;
conversávamos ali – eu, o Tarciso, ele e o Sabino –, e o Ver. Casartelli parece
gato que tem sete vidas.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Mas o importante na tua fala aí,
Janta, é essa separação do diet, o light, e o glúten, essa separação é
muito importante. Eu tenho diabete e tenho pessoas na família com problema com
o glúten. O light é totalmente
diferente do diet e o glúten é
totalmente diferente do diet.
Obrigado.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Ver.
Tarciso. O Tarciso é um exemplo, de vez em quanto ele sai para fazer o seu
lanche que é necessário. O Casartelli, pela quinta vez, Fernanda, se despede
desta Casa, mas tendo certeza de que, segunda-feira, ele estará aqui nesta
Casa, novamente, porque, como dissemos, tem sete vidas. Este é grande projeto
que, com certeza, aprovaremos por unanimidade, pois é para o bem da população
de Porto Alegre. O senhor entende, tem ajudado muito essa Casa, principalmente,
apresentando saídas e nos ajudando a construir uma vida melhor para o povo de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Em votação a
Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 109/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLL nº
109/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Apregoo a Emenda nº 03, de
autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLL nº 065/14.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio da
Emenda nº 03 ao PLL nº 065/14 à apreciação das Comissões, para Parecer.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
Apregoo o
Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando que seja votada em
destaque a Emenda nº 03 ao PLL nº 065/14.
Apregoo a Emenda nº 04, de autoria do Ver. Paulinho
Rubem Berta, ao PLL nº 065/14.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, solicitando dispensa
do envio da Emenda nº 04 ao PLL nº 065/14 à apreciação das Comissões, para
Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0665/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que institui programa de incentivo e viabilização da realização de atividades
de lazer, cultura e esportes no leito de vias públicas municipais, por meio do
estabelecimento de seus trechos como Ruas de Convivência. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto
e da Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CECE. Relator Ver. Dinho do Grêmio: pela aprovação do Projeto e da Emenda
nº 01;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01;
-
da COSMAM. Relator Ver. Dr. Thiago: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 15-06-15.
A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Em discussão o
PLL nº 065/14. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLL nº 065/14.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. Esse projeto chamado Ruas de Convivência,
eu me arriscaria a dizer que talvez seja um dos projetos mais simples e um dos
que tenha uma maior eficácia em promover a relação, o encontro, a possibilidade
de as pessoas voltarem a ocupar as ruas nos domingos e feriados. Essa imagem
que coloco (Mostra fotografia.), para ilustrar a fala, de crianças brincando no
meio da rua, talvez seja uma imagem que há duas, três, cinco décadas era algo
bastante rotineiro, mas, infelizmente, nas últimas duas décadas não se vê mais
na cidade. Temos uma política, é verdade, dos corredores dos ônibus devolvidos
para as pessoas. Estamos falando do fechamento para o trânsito de veículos
automotores, mas assim estamos devolvendo às pessoas a possibilidade de usarem
aquele espaço da rua que hoje é utilizado eventualmente. Neste ano, nas festas
junina e julhinas – pudemos perceber os eventos feitos nos bairros, seja na
Cidade Baixa, enfim, em vários bairros da Cidade –, aquela rua ficou fechada
para uma atividade, e aquilo acontece uma ou duas vezes por ano. Pois bem, o
nosso projeto, que de forma alguma tenta forçar o Executivo, estabelece, num de
seus artigos, que tanto a Prefeitura poderá promover o fechamento das
quadras... Eu acho que a emenda do Ver. Clàudio ficou boa. Nós nunca tivemos a
ideia de fechar uma avenida ou uma rua coletora; sempre pensamos, mas não
tivemos o desprendimento de colocar isso no projeto inicial, mas o Ver. Janta
fez, limitando somente às ruas locais. Portanto, qualquer ideia de grandes
avenidas ou ruas coletoras, como a rua Lima e Silva, por exemplo, que é uma rua
coletora, essas estão excluídas. Ruas locais são aquelas internas dos bairros,
onde há pouco movimento. Então o que nós propomos aqui é que essa rua entre num
programa de Ruas de Convivência – assim denominamos o programa – e que os
próprios moradores sejam incentivados a colocar os demarcadores no início e no
fim da quadra, permitindo, logicamente, o acesso local. Portanto, não há nenhum
prejuízo, pois se poderá passar pela rua ou entrar nas residências, nas
garagens – fica totalmente livre. Mas fica um demarcador para dizer “passe pela
rua ao lado”. Estamos falando em domingos e feriados. Não há nenhum impedimento
à mobilidade por veículo automotor.
Então, eu quero chamar a atenção: penso que a
orientação do Governo pode alegar alguma questão mais formal, mas ele é um
projeto – sei que faço aqui um auto-elogio ao nosso mandato – de uma ideia
muito interessante, sem custo nenhum para o Executivo; uma relação de
pertencimento, novamente, para as pessoas poderem se encontrar, jogar bola,
andar de bicicleta, tomar chimarrão sem o risco de serem atropeladas. Repito
sempre: nas ruas locais, como é a emenda do Ver. Janta, que espero seja
aprovada.
Nesse projeto nós não temos galerias lotadas. Temos
os militantes da cultura, nossos artistas que ficaram para acompanhar a votação
desse projeto, mas está acontecendo, neste momento, na PUC, o I Congresso
Internacional de Espaços Públicos, tenho aqui a publicação do próprio
congresso. (Mostra fôlder.) Nós fomos a esse congresso e divulgamos a
iniciativa deste projeto de lei e do que está sequência para a votação. Numa
manhã, conseguimos recolher mais de cem assinaturas de pessoas do mundo inteiro
– doze países estão representados nesse congresso; inclusive, aguardam amanhã,
no encerramento do congresso, que anunciemos o resultado dessa votação da
votação que virá a seguir, a do projeto dos parklets,
que depois poderemos discutir, na sequência.
Então, vejam, eu quero pedir a total compreensão do
Governo. Se o Governo tem dúvidas sobre o mérito do projeto, peço que venha
aqui e defenda as suas ideias. Podemos discutir para aprovar algo de bom para a
Cidade. Está aberto a emendas; se o Governo tem ainda uma colaboração para
fazer – pelo que sei, já estamos na terceira emenda, uma delas, talvez a mais
importante seja a do Ver. Janta, que justamente limita as vias locais –,
estamos abertos ao diálogo e esperamos aprovar este projeto com o apoio de
todos os colegas, homens e mulheres desta Casa. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLL nº 065/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o projeto do Ver.
Marcelo Sgarbossa pode ajudar a população de Porto Alegre, principalmente a dos
bairros. Nós temos emendas que poderão ajudar a população de Porto Alegre, a
Prefeitura. A Emenda nº 01, do Ver. Valter Nagelstein, possibilita que a
população, quando tiver a sua rua fechada para um evento, possa usar
equipamentos, decks, lounges, barracas, tendas, possa pedir parcerias.
A nossa
emenda é bem clara: permite que somente vias locais sejam o objetivo desta
iniciativa. Como o Vereador mesmo mostrou, era uma via local, de um bairro;
isso não será permitido em avenidas como a Protásio Alves, como a Ipiranga, que
foi a primeira coisa em que se pensou.
Isso já acontece na Av. Beira Rio; a Prefeitura a
fecha, assim como fecha algumas outras avenidas em Porto Alegre. Mas estamos
falando de bairros, porque hoje em dia há uma dificuldade grande para se
conseguir fazer algum evento em bairro: tem que comunicar a EPTC, que não tem
grande disponibilidade. E além do Vereador, ainda passa essa responsabilidade
para a comunidade. A comunidade é responsável pela limpeza, a comunidade é
responsável por coletar as assinaturas, não é uma decisão de uma ou duas
pessoas, é uma decisão dos moradores da rua, se querem fazer um evento, junto
com a Emenda do Ver. Valter Nagelstein, se querem fazer um evento, se querem
fazer uma festa junina, se querem fazer uma festa das crianças, se querem fazer
uma festa de Natal, a comunidade faz o abaixo-assinado e protocola na
Prefeitura, Cecchim. E aí vai atrás de patrocínio, faz a sua festa e a
comunidade mesmo limpa e organiza a rua. Eu acho que é uma forma de integrar as
pessoas. E aí tem a Emenda nº 04, do Ver. Paulinho Ruben Berta, que deixa mais
claro isso ainda, era uma emenda que eu tinha feito e retirei, a de nº 02, que
tira a grande circulação de tráfego, transporte coletivo. Então, ficou bem
claro o projeto, específico, que é para os bairros de Porto Alegre, que é para
as ruas de convivência, que é para as ruas dentro da cidade de Porto Alegre,
que as pessoas possam se unir e fazer isso. E não ficarem dependendo da
Prefeitura, como quando nós tentamos fazer um evento no último final de semana,
no Costa e Silva, e, por questões burocráticas não conseguimos fazer. Existem
questões burocráticas que exigem um prazo mínimo de 30 dias. E com esta lei,
simplesmente faz-se um abaixo-assinado, comunica-se e faz-se o evento. A
Empresa Pública de Transporte e Circulação não tem condições técnicas para
fazer eventos de natal, eventos de Dia da Criança e eventos de festas juninas
em toda a cidade de Porto Alegre, nos bairros de Porto Alegre, quando as
pessoas solicitam, e, principalmente, quando a gurizada quiser jogar um
futebolzinho no fim de semana, numa rua que não tenha carros, onde as pessoas
que moram nessa rua vão estar pedindo para que ela seja fechada e para que ali
as pessoas convivam em harmonia, possam até fazer seu churrasquinho, em vez de
ser na laje, fazer o seu churrasquinho na calçada. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 065/14.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ia ler que este
projeto tem vício de competência, Ver. Nereu, porque compete ao Executivo.
Agora, escutei atentamente também o que disse o Ver. Janta, que tentou amenizar
o projeto. O próprio Ver. Sgarbossa, que é esforçado, disse que então queria
fazer alguma emenda, alguma coisa para salvar o projeto. É que se tem vício de
origem desde o início não tem o que salvar. Desde lá da CCJ poderia ter sido
dito isso. Eu acho que uma coisa que já existe, que já funciona e até hoje não
houve nenhuma lei, e foi na época, eu lembro bem, e fez muito bem a
Administração do PT proibindo a circulação de veículos lá na beira rio no
domingo de tarde e no sábado também, parece-me. Não precisou de lei. Havia a
necessidade e o clamor, e se fez. Em todos os lugares onde há feiras tranca-se
a rua para que as feiras aconteçam. E não existia a lei do Ver. Sgarbossa – não
existe! Onde há qualquer evento, como ali no Bom Fim a colônia judaica faz um
evento na Rua Irmão José Otão e também se realiza e não tem a lei do Ver.
Sgarbossa, não há necessidade da lei.
O Sr. João
Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para
contribuir nessa mesma linha que V. Exa. está falando, teve um determinado ano
que os ciclistas – o Ver. Marcelo não fazia parte da Câmara –, que competiam,
queriam treinar à noite na beira rio. E eu, em vez de apresentar um projeto,
fui na EPTC. A EPTC fechava a beira rio quartas-feiras, todas as noites, para
que eles pudessem treinar. Então fazer lei para fechar a beira rio que já é
fechada há 20 anos é incoerência isso.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Lembro ali, na Av. Goethe, há quantos anos
se faz a Corrida pela Vida, a Corrida Contra a Diabetes, a corrida... Precisou
lei para isso? Não precisa! Acho que a assessoria do Vereador é muito boa,
muito inteligente, só que temos que... Entre a inteligência – e dentro do
gabinete, da sala de aula, da universidade – e do dia a dia que o cidadão
frequenta, eu fico com o dia a dia do cidadão, essa é a sabedoria. Eu não preciso
que feche a rua lá no Jardim Planalto, onde mora V. Exa., Presidente, como vai
fechar aquela rua? Se precisar, se pede para a EPTC e se fecha. Eu acho, Ver.
Janta, que a burocracia até é necessária. Não sei se precisa 30 dias, mas é bom
comunicar uns dias antes, para a EPTC poder fechar a rua e para dar segurança
para a rua fechada. Se nós vamos lá e botamos uma carroça na frente, um carro,
um cavalete ou qualquer coisa para obstruir, aí não dá, aí fica a casa da mãe
joana. A Cidade é para atender aos cidadãos da Cidade e não para quem quer
trancar. Acho que não, tem que ter certa organização. Onde há clamor, tem que
ajudar a população, tem que fazer o que a população pede, mas não precisa de
lei para tudo, principalmente uma lei redundante, uma lei que, na prática, já
existe. Entre a lei e a tradição, se a tradição funciona, que fique a tradição,
não precisa de lei. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para discutir o PLL nº 065/14.
O SR. NEREU D’AVILA: Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, funcionários da Casa, da imprensa, visitantes, o Ver. Cecchim
referiu uma oportunidade e procedência que a assessoria do Vereador, autor do
projeto e o próprio Vereador que tem intenções, segundo sua concepção, de
modernizar a Cidade ou instituir situações que, às vezes, na teoria, seriam
procedentes.
Eu quero me referir,
porque outros Vereadores já enfocaram com propriedade o tema, mais à questão
jurídica. Eu noto que alguns Vereadores, naturalmente com a intenção de
aprimorar a Cidade, de melhorá-la, de conceder espaços maiores para a
população, são absolutamente pertinentes. E os Vereadores têm criatividade e
têm competência para a iniciativa. Só que a competência legislativa é que nem
sempre é procedente. Por quê? Porque eu noto que os Vereadores... E eu leio os
projetos. É vedado terminantemente, art. 1º, é determinado... Quer dizer, os
Vereadores não se dão conta às vezes – e lá na Comissão de Justiça temos
encontrado muito – de que atos de gestão e atos administrativos, pura e
simplesmente, são pertinentes ao Poder Executivo. Ao Vereador é vedado tomar
iniciativa que tenha o vício da iniciativa. Por exemplo, neste caso eu vi o
processo, a EPTC não foi consultada. A EPTC, como em outros órgãos da
municipalidade, por vezes tem se equivocado. E isso é normal, a Cidade está
crescendo, os carros estão assombrosamente multiplicados mensalmente, e,
evidentemente, a mobilidade urbana se torna situação muito delicada.
Agora, vejam bem, o
Vereador quer fechar rua, abrir rua, oportunizar isso e aquilo sem a opinião da
EPTC, que tem técnicos. Ontem, uma arquiteta da EPTC escreveu um artigo no
jornal Zero Hora muito bom, dizendo que os motoristas não se dão conta, às
vezes, de certas situações que eles mesmos determinam: alta velocidade, abuso
de bebida. E depois querem culpar as questões de trânsito. Então, na época, o
Ver. Valter Nagelstein deu pela inexistência de óbice jurídico. O Vereador hoje
não está aqui, é Secretário, mas quero citá-lo e, fraternalmente, discordar do
seu enfoque. Eu acho que há óbice jurídico, sim, porque é um ato administrativo
pertinente a questões de mobilidade urbana. É uma iniciativa de gestão. E ato
administrativo e gestão são, absolutamente, pertinentes ao Poder Executivo. Senão,
nós, 36 Vereadores vamos administrar a Cidade. Ora, quem mais do que a EPTC tem
competência para dizer quais e quais ruas estão fechadas? O Ver. Idenir Cecchin
foi muito feliz, existem muitas ruas fechadas, nem sempre semanalmente, que
atendem as demandas da população. Não são demandas de feira livre, lá no Bom
Fim, ele citou, eu cito outro. Há uma festa, um evento muito grande...
Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. NEREU D’AVILA: ...na João Telles,
pertinente à comunidade judaica, relativa à questão de Israel, e a rua é
fechada no domingo. Eu vi há pouco o Jornalista Armando Burd, ele está sempre
nesta festa. Então, quero chamar a
atenção porque, às vezes, eu vejo uma muito boa iniciativa dos Vereadores. Só
que tropeçam no vício de iniciativa. O Vereador pode legislar, desde que não
colide com as atribuições exclusivas do Poder Executivo. E quanto ao caso em
tela, eu parabenizo o Vereador pela lembrança, é possível que parte... Para
concluir, eu diria que muitas ideias que surgem nesses projetos podem, sim, ser
aproveitadas pelo Poder Executivo, que tem a competência para tanto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para discutir o PLL
nº 065/14.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, venho à esta tribuna mais uma vez e creio que estamos
debatendo na mesma toada da discussão que já fizemos aqui sobre Plano Municipal
de Cultura. E o projeto do Ver. Sgarbossa é uma oportunidade para a Cidade. Na
minha opinião, qualquer Prefeito de qualquer partido tem aqui uma grande
oportunidade para fazer da cidade de Porto Alegre uma protagonista de ideias
inovadoras, de ideias que realmente apontem novos caminhos para as nossas
Cidades. Eu vi, todos viram, neste domingo, o Prefeito Fernando Haddad fechou a
Av. Paulista, a mais movimentada avenida do Brasil, do centro financeiro, no
domingo. E São Paulo foi capa dos jornais em todo o mundo, porque está ousando.
Ele tem certeza se vai funcionar? Não. Se não funcionar, ele muda. Faz um
teste. A Cidade também tem que fazer experimentações, não aventuras, mas
experimentações com base em experiências, estudos que têm demonstrado que ruas,
que estimulam os pedestres, têm menos violência, melhoram a qualidade de vida.
Divirjo de forma absolutamente respeitosa aqui no campo jurídica – e
reconhecendo a mais larga experiência, inclusive, do Ver. Nereu no campo
jurídico –, mas, no caso do projeto do meu colega, Ver. Sgarbossa, nós não
estamos falando de um ato administrativo stricto
sensu, porque o Vereador não está dizendo o que a EPTC deve fazer. Ele está
devolvendo para a cidadania a oportunidade de escolher como quer a sua própria
rua no domingo, quando nós não temos registrado nenhum tipo de engarrafamento
na Cidade. Então, são oportunidades. E, Ver. Nereu, mesmo divergindo do mérito,
sobre a sua proposta, sobre o cercamento, eu já, aqui da tribuna, parabenizei
sua iniciativa de propor um plebiscito. Porque Porto Alegre está precisando se
renovar, abrir novas experiências de participação social. Nós já fizemos tanto
isso, e isso fez tão bem para a Cidade! E o plebiscito que o senhor propôs vai
ser a primeira iniciativa depois da criação do Orçamento Participativo, de
consulta à sociedade. Tivemos, talvez, o Estaleiro, mas o plebiscito oficial...
Nós precisamos fazer isso sem ter medo! Eu sou contrário ao cercamento, mas sou
favorável ao plebiscito, porque eu quero que as pessoas venham para a cena
pública, e o projeto do colega Sgarbossa é um convite para que as pessoas
venham discutir como querem a sua própria rua no domingo! Essa rua não é da
EPTC, do meu amigo Cappellari! Não é dele! Eu acho que poderia, caso seja algo
que vá realmente apresentar um óbice, poderia talvez a EPTC se manifestar,
excepcionalmente, explicando os motivos por que aquele trecho não pudesse:
algum acesso a hospital, não há problema. Mas por que não devolver aos
cidadãos? E aqui está a nossa diferença e divergência com a atual gestão do
Prefeito Fortunati e do Vice-Prefeito Melo: essa falta de criatividade, de
ousadia. Acho que já estão há muito tempo na Prefeitura, é preciso chacoalhar,
tem coisas novas acontecendo no mundo, no Brasil, e Porto Alegre está ficando
de olhos fechados. Lastimo, colega Sgarbossa, que infelizmente o Governo esteja
contando contra esse seu belo projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke solicita Licença para
Tratamento de Saúde no dia 19 de outubro de 2015.
Apregoo Ofício nº 105/15, de autoria do Ver. Mauro
Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, que informa, diante
de sua impossibilidade, que o Ver. Waldir Canal, 2º Secretário da Mesa
Diretora, irá representar esta Casa no evento Rede Global
das Cidades Amigas do Idoso, na cidade de Porto Alegre, no dia 22 de outubro de 2015.
Apregoo PLL nº 237/15, de autoria da Mesa Diretora.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir PLL nº 065/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, primeiro, gostaria
de dizer que eu tenho uma posição muito clara sobre essa ideia: se já acontece,
o Vereador não pode se meter, o Executivo que tem a prerrogativa. Gente, nós
estamos renunciando a missão, a tarefa do Legislativo. Qual seja? Diluição do
poder. O poder concentrado numa mão só é sempre ruim, erra mais e não
representa o conjunto da sociedade. Eu gostaria, Ver. Marcelo, de lhe elogiar
pela iniciativa e de lembrar os nobres Vereadores, Ver. Bosco, que não é regulamentar
o que existe. Institui um programa de incentivo e viabilização da realização
das atividades de lazer, cultura e esporte no leito das vias públicas
municipais por meio do estabelecimento dos seus trechos, como ruas de
convivência. Vejam que bonita a ideia de que a gente estabeleça um programa de
incentivo! Um programa que, a partir das manifestações espontâneas e dos
esforços que a vizinhança vem fazendo, como é aquele bonito programa da
vizinhança, conheça o seu vizinho; a rua do brinquedo, como faz o MEME Santo de
Casa, há cinco anos, na Rua Lopo Gonçalves, uma rua de brincar no Dia da
Criança, fecha a rua; é real, mas são iniciativas pontuais que tem hoje na
Cidade, porque a população procura fazer o esforço de abrir o espaço para o
caminhar, para o se encontrar, para que a rua volte a ser o lugar do encontro e
não o lugar do medo, da correria, da poluição e do automóvel.
Ora, o Ver. Marcelo no seu coletivo, que inclusive
intitula de cidade mais humana, traz a proposta de um programa de incentivo. Esse
programa proíbe a circulação dos automóveis nos domingos e feriados, das 6h às
21h, e no período do horário brasileiro de verão, das 6h às 22h. Ora, o
Executivo e os munícipes vão indicar o trecho da via como “Rua de Convivência”,
e quando a iniciativa partir dos munícipes o pedido do trecho da via tem esta
precaução: terá que ter, no mínimo, a assinatura de dois terços dos moradores,
ou seja, provoca e estimula um diálogo entre os moradores, uma busca de
parceria, uma mobilização. A ideia não é que um inventou, que quer fechar a
rua, fechou e no outro dia está todo mundo incomodado, não tem atividade. A
ideia mesmo é de se propor uma Cidade do encontro, uma Cidade humanizada, uma
Cidade humanizadora a partir do incentivo a isso. Parece-me muito pertinente,
acho uma grande contribuição para os gestores, e acho Ver. Mauro que não
podemos reduzir a nossa Câmara. Hoje de manhã, participei do Parlamento Jovem,
quero elogiar V. Exa. que está na presidência, no sentido de mobilizar a
juventude para estar aqui. Se fosse pelo legalismo, não pode, não fez lei; não
tem lei, mas está realizando. Então, nós aqui estamos expandindo uma iniciativa
daqui, dali, de acolá, transformando em programa – e é muito bem-vinda.
Vereador Nedel, contamos com o seu apoio, porque o senhor é um apoio de
comunidade – claro que tem muito a ver com religiosidade –, mas aqui o espaço
urbano, quanto mais encontro, quanto mais humanização, menos violência, menos
desagregação, menos violência, menos tristeza, menos ruas abandonadas e menos depredação.
Não tenho a menor dúvida de que nós teremos ruas e calçadas mais bonitas, mais
coloridas, mais preservadas com esse programa de incentivo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir o PLL nº 065/14.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Ver. Presidente Mauro Pinheiro; Vereadores e Vereadoras, ouvi a
Ver.ª Sofia e, lamentavelmente, não vou ser parceiro neste projeto. Por quê?
Porque ouvi o Ver. Nereu D’Avila, há pouco, e como é bom ouvir um advogado que
entende de leis. Já no § 2º, para fins desta lei, no trecho da via estabelecido
como rua de convivência não será permitido o trânsito – ele está fechando ruas
de convivência durante todos os domingos, todos os feriados, das 6h da manhã
até as 22h. Ele está legislando uma matéria que é específica da EPTC – então,
vício de iniciativa. No art. 3º: “A
indicação de trecho de via pública como Rua de Convivência caberá ao Executivo
Municipal ou aos munícipes.” Afinal, é o Executivo que indica, por decreto, ou
são os munícipes, por e-mail ou coisa
assim?
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois é. Como
V. Exa., Ver. Bosco Vaz colocou aqui, que a EPTC já permite porque ela tem que
desviar o trânsito, tomar todas as medidas corretivas no trânsito. Há todos
esses detalhes. Nós temos, em Porto Alegre, 500 praças, mais ou menos uns 10
parques. Este é o espaço de convivência em Porto Alegre: praças e parques, sim,
que, tristemente, estão sendo abandonados aos poucos. Eu passei, há pouco
tempo, ao meio-dia, na Praça Florida, que está abandonada, um espaço para
esportes totalmente fechado e abandonado. Passei, também, nesse fim de semana,
em frente à Praça Visconde de Taunay, ali na Av. Ipiranga, mais ou menos
próximo à Rua São Vicente. Está sendo reformulada, reestruturada aquela praça,
destinada à prática de esportes e convivência dos munícipes.
Portanto, a
Prefeitura está colocando opções a todos os porto-alegrenses, de convivência,
de esportes. Meu Deus do céu! Nós temos espaço e agora vamos fechar ruas? Nós
não aguentamos mais o trânsito, mesmo aos sábados e aos domingos; mesmo em ruas
secundárias. Agora, fechar o trânsito nessas vias de convivência, permitindo
acesso somente aos moradores, é um problema sério. Então, no meu entendimento,
votarei contra este projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MARCELO SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Marcelo Sgarbossa. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Nove Vereadores presentes. Não há quórum.
Está encerrada a
Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h27min.)
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